quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Touring Racing Club, já em 2013

CASCAVEL - A Top Series e a Spyder Race encerraram seus campeonatos brasileiros antes mesmo da última temporada terminar, a Copa Fiat foi descontinuada porque perdeu o apoio da montadora, o Touring Racing Club morreu antes de nascer. Certo? Errado, ao menos no que diz respeito à TRC, que o Victor Martins apresentou três meses atrás em seu blog - o link traz as especificações técnicas básicas da competição, a quem interessar. Houve, tempos depois, esse vídeo aqui, mostrando como foi o lançamento do campeonato.

Liguei há pouco para o Marçal Melo, um dos capitães da ideia. Convalesce em casa de um mal excêntrico, o Marçal, que ri do próprio infortúnio. Bendito sejam os que riem quando estão fodidos, hão de bradar determinadas escrituras. Como está tudo bem com o amigo, perguntei do piloto e organizador de campeonato: haverá campeonato, afinal?

Sim, haverá, é o que garante o Marçal. O processo todo sofreu alguns reveses, é verdade. Alguns deles serviram para restabelecer o roteiro todo. A história dos males que vêm para bem em estado puro.

Fio-me no que conversei com o Marçal para tentar traçar aqui um panorama de como está e deixa de estar o TRC. Que não, não é natimorto. As coisas começaram a andar para trás em novembro, em Londrina, onde o João Gonçalves punha à prova a primeira unidade do Subaru Impreza WRX construído para o campeonato. Um escorregão do pé ao fim da reta oposta fez o Joãozinho sair da pista, bater e capotar. Os danos causados ao carro implicaram a necessidade de reconstrução da suspensão dianteira e daí surgiu o primeiro grande contratempo, de ordem burocrática: todo o processo de importação das peças levaria intermináveis 60 dias. Caía por terra, ali, o plano de inscrever o carro nas 12 Horas de Tarumã – a participação permitiria que se fizessem inúmeros testes.

Enfim, diante de um novo problema, uma nova solução. Está praticamente alinhavado um acordo com a gaúcha Moro, que já fabrica os conjuntos de suspensão e agregados dos carros do Brasileiro de Marcas e da Copa Fiat, para produção desses itens. Peças mais baratas, à pronta entrega e, o que é melhor, projetadas para as situações de pista. Assim será feito, pois. O carro, já montado, irá à pista no mês que vem no Velopark, com o polivalente Juliano Moro ao volante. A iminente vinda da Moro para o TRC contempla também a montagem de todos os carros que estarão na pista – já chego lá.

Enquanto se lidava com as consequências do acidente com o primeiro protótipo, o embrião do TRC passava por uma reorganização societária, se é que o termo é esse. O grupo encarregado de efetivar e gerir o novo campeonato ficou mais enxuto. Marçal, João e Leandro Braghin, em resumo, seguem à frente da iniciativa, com consultoria do Paulão Gomes.

Já citei que o carro voltará à pista com Moro no Velopark. A partir desse teste, esperado para a segunda quinzena de março, serão definidas as demais mudanças no carro e, contando daí, estima-se que sejam necessários quase três meses para a conclusão da montagem de todos os carros que vão formar o primeiro grid. Serão 12 na primeira rodada dupla, em junho. Sim, o campeonato vai começar em junho e terá seis etapas, todas na região Sul do Brasil, sempre que possível na programação dos campeonato regionais – pode rolar uma rodada dupla extracampeonato em Interlagos, a título de apresentação.

Já se planeja um intervalo de qualquer coisa em torno de dois meses para depois da primeira etapa, o que viabilizará tempo hábil para a conclusão da montagem de mais carros. Com isso, e diante do calendário estrangulado, surge outra situação atípica para os padrões vigentes: a realização de corridas em janeiro, fevereiro e março, complementando a primeira temporada. Por um lado, coisa estranha para nossa cultura de corridas; por outro, uma alternativa à falta de corridas nessa época.

Os imprevistos são muitos, vê-se. Marçal garante que sua motivação não vai sucumbir aos problemas já surgidos e outros que venham a se apresentar. O Touring Racing Club vai sair do papel, é o que jura, só não ajoelhado porque o mal que o acomete não permite.

Faz questão de fazer um campeonato bem feitinho. Meio que por birra, até.

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