quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Casa nova

CASCAVEL - Foram três anos, cinco meses e 16 dias de convivência com o Blogger, desde que o Pedro Rodrigo de Souza, em dia de ócio, resolveu criar um blog para mim.

Foram 1.584 abobrinhas publicadas, que até agora geraram 249.041 visualizações, média diária aproximada de 200. Bem pouco, é verdade. No início eu praticamente não mexia aqui, o que gerava traço de audiência. De uns dois anos para cá, a média diária girou na faixa de 400, 500 visualizações dia. Bem pouco, é verdade. Não tenho, para comigo mesmo, um compromisso tão grande com o blog. É algo como uma espécie de "querido diário", que uso também para alguns pitacos sobre o automobilismo, peça central do meu trabalho.

Das 1.584 abobrinhas - com essa aqui, 1.585 -, a campeã de acesso nesta primeira fase do BLuc foi uma seleção de devaneios que escrevi no dia em que a primeira vitória do Rubens Barrichello na Fórmula 1 completou 10 anos. Foram 4.034 acessos, parecem-se que o próprio Barrichello citou o texto na internet, o que bombou a audiência. Um outro texto de 2010, em que dei alguns pitacos sobre a então iminente revitalização do autódromo de Cascavel, foi ganhando audiência ao longo do ano passado, identificada pelas ferramentas de busca empregadas por quem buscava informações sobre a reforma. Chegou, até agora, a 2.932 visualizações. E por aí vai.

Enfim, é hora de mudar. As ferramentas do Blogger estão se tornando um tanto mais irritantes, motivo pelo qual dei maior atenção às recomendações de amigos blogueiros, que mantêm blogs bem melhores que o meu, e aderi ao WordPress. Todo o conteúdo publicado até hoje foi migrado para o novo endereço, graças ao trabalho rápido e eficiente do Ivan Capelli - aliás, preciso correr ao banco fazer o depósito dos honorários do gaúcho.

O novo BLuc - por enquanto, a única mudança diz respeito à nova casa, mesmo - já tem alguns pitaquinhos que não estão aqui. Portanto, se você é um dos poucos que vez ou outra passa os olhos por aqui, habitue-se ao novo endereço http://lucmonteiro.wordpress.com/.

Ou clique aqui e fique à vontade na nova casa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - Imperdoavelmente, eu jamais assisti ao GP do Brasil de 1988. Vou fazer isso agora, não sem antes compartilhar aqui para os outros presumíveis dois ou três fãs de automobilismo que ainda não viram a corrida.


Os primeiros minutos do vídeo, instante em que dei-lhe uma pausa para trazê-lo ao blog, já foram suficientes para dar saudades do bom e velho circuito antigo do hoje finado Jacarepaguá. Que foi onde minha carreira de narrador de corridas começou.

Relargada para o Mattar

CASCAVEL - Comentarista dos bons e profundo conhecedor das coisas e causas do automobilismo, embora tenha péssimo gosto para times de futebol, o Rodrigo Mattar tem vivido algumas preocupações nos últimos meses, desde que saiu do emprego de vários anos no SporTV. Desde então, cotizou o tempo que dedica ao automobilismo a contatos com eventuais novos parceiros e com a alimentação de seu novo blog. Leitura obrigatória para quem gosta de automobilismo, a página atingiu em menos de três meses toda a audiência que o despretensioso BLuc teve em quase quatro anos de vida. Uma audiência valiosa e ainda não descoberta pelas agências de publicidade.


As coisas, enfim, estão acontecendo para o Rodrigo, que vai voltar aos microfones amanhã, pelo Fox Sports, no comentário de um dos eventos da Nascar. A boa notícia foi dada por ele próprio no início da madrugada, via "A mil por hora". É um freelancer, como ele próprio definiu. A mim, soa como estreia. Filho de Ramos, o Rodrigo apresenta com sobras os atributos que qualquer profissional precisa ter para integrar um time de primeira linha como o do Fox Sports. É de se imaginar que o canal vá repatriá-lo ao que melhor sabe fazer.

O fim de uma fase na carreira de jornalista especializado nesse negócio de corridas parece ter sido um baque para o colega e amigo, que testemunha agora aquela história de uma janela aberta diante de uma porta fechada. O freela de amanhã há de ser a relargada para uma nova fase, seja no Fox Sports, seja noutra casa.

Torcemos juntos, Rodrigo. Aproveita, cara.

Boletim da Pista

CASCAVEL - Entre uma foto e outra, o Vinicius Nunes teve a boa sacada de lançar uma revista digital como foco único no invejável automobilismo regional paulista. E assim nasceu o "Boletim da Pista", que já tem no ar seu número inaugural. Com 44 páginas, a edição número zero está aí abaixo, também, basta clicar no "Expand" e acompanhar.


Louvável a iniciativa do Vinicius, criando mais uma ferramenta para mostrar os nem sempre valorizados heróis que fazem esse negócio chamado automobilismo acontecer. Iniciativa que pode, deve, ganhar similares em outros estados.

O lançamento do primeiro número não poderia vir em momento melhor: a primeira das dez etapas do Campeonato Paulista de 2013 terá suas provas neste fim de semana, sábado e domingo, em Interlagos.

Queria estar lá para acompanhar a festa toda. Dessa vez não vai dar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Xuxo no Paulista de Marcas

CASCAVEL - Não, não se trata aqui de acusar nenhuma das contumazes mutretas automobilísticas. Apenas o cabível registro de que Luiz Fernando Pielak, que desde a longínqua infância adotou sem opções adicionais o apelido “Xuxo” , vai participar em Interlagos neste fim de semana da primeira etapa da Copa Marshal , que vem a ser o Campeonato Paulista de Marcas & Pilotos, categoria de turismo de maior grid do automobilismo brasileiro.


Não tem qualquer pretensão, o Xuxo, de participar da temporada toda da Copa Marshal. Pelo contrário, disse-me há pouco que vai atuar apenas nesta primeira etapa, aproveitando a maior folga no calendário do Campeonato Metropolitano aqui de Cascavel, que só vai começar no dia 24 do mês que vem – foi vice-campeão pelas bandas de cá em 2012, perdendo o título para o Daniel Kaefer, que se mandou para a Sprint Race. Ainda no ano passado, Pielak levantou a taça do Festival Brasileiro de Marcas 1.6, que reuniu em Curitiba os dez melhores pilotos de cada campeonato regional. É campeão brasileiro, pois, façanha que o levou a promover farta churrascada à qual fui convidado e, com a indelicadeza de sempre, não compareci.

Mas Cascavel não terá só um piloto no grid da Copa Marshal no domingo. Também com um Fiesta preparado pela Ferrari, Leandro Zandoná é outro que vai a Interlagos disposto a dar trabalho a paulistas, catarinenses, cariocas, mineiros e jupterianos. “O Leandro vai ser o meu calo neste ano, está andando muito forte”, testemunha o Xuxo Pielak. Os dois, Leandro e Xuxo, vão inscrever seus carros na categoria Super – o campeonato também tema Light e a Novatos, ficando toda a diferenciação atrelada à graduação dos pilotos, já que o regulamento técnico é o mesmo para todos.


É de se supor que o pessoal da Copa Marshal fique de cabelo em pé – exceções óbvias a Alexandre Nascimento e José Santiago, que lideram a lista dos calvos do grid – quando pilotos de Cascavel confirmam participação. O Xuxo, na primeira vez em que foi, conseguiu lugar na primeira fila do grid, que lhe acabou sendo confiscado por força do regulamento desportivo. Não lembro o que foi, parece que deixou de comparecer à pesagem, ou não estava devidamente barbeado, ou não tinha lido horóscopo, algo assim. Wanderley Faust, hoje mui digno secretário municipal do Esporte e Lazer, fez uma participação em Interlagos em fins de 2011 e, além do oitavo lugar geral na corrida, cravou a volta mais rápida de todas. Guinho Biberg, quando estreou, levou a vitória de sua categoria. Cascavel está muito perto de dominar o mundo.

Não sei quem produziu a foto lá no alto, do carro do Xuxo. Se o fotógrafo me estiver lendo, ou alguém que tenha a informação, que se manifeste. A do Zandoná foi feita pelo Deivicris de Cristo. As duas durante o Festival Brasileiro em Curitiba.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Lusa com brasileiros

CASCAVEL - Eu tinha abordado o assunto ontem à noite aqui no blog. Por algum motivo, provavelmente associado ao fato de ter levantado da cama muito cedo, acabei fazendo besteira e deletando o post original. Enfim, fato é que a portuguesa Rodrive Competições anunciou ontem à noite quem serão seus pilotos no FIA GT Series. Todos eles disputaram o Brasileiro de GT no ano passado.


Matheus Stumpf e Cláudio Ricci, os da foto acima, vão formar uma das duplas da equipe. Os gaúchos já acumulam alguma experiência internacional em automobilismo e têm em comum, ainda, a presença na lista de campeões brasileiros de GT. Ricci foi campeão em 2009, revezando com o paulista Rafael Derani a pilotagem de uma Ferrari F430. Stumpf ganhou o título em 2010 e em 2011, sempre pilotando um Ford GT em dupla com o paraibano Valdeno Brito.

A outra dupla brasileira no FIA GT Series será formada pelo catarinense Felipe Tozzo e o mato-grossense Raijan Mascarello, que nunca correram fora do Brasil. Eles foram vice-campeões brasileiros da categoria GT Premium no ano passado, com a mesma Ferrari que levou Ricci e Derani ao título geral três anos antes. Na foto aí abaixo, Tozzo e Mascarello comemoram uma das 10 vitórias conquistadas no ano passado.


A primeira etapa do FIA GT Series, no circuito francês de Nogaro, está marcada para dia 1º de abril, uma segunda-feira. Será feriado nacional na França, Páscoa, segundo tratou de levantar o Rafa Catelan. As quatro etapas seguintes: 21 de abril - Zolder, Bélgica; 14 de julho - Zandvoort, Holanda; 18 de agosto - Slovakia Ring, Eslováquia; 13 de outubro - Navarra, Espanha. A sexta e última etapa, ainda sem data confirmada, é indicada no comunicado que a Rodrive publicou num primeiro momento em sua página no Facebook para o Médio-Leste europeu. O Rodrigo Mattar, que também abordou o assunto ontem à noite, antecipou-me que será nos Emirados Árabes Unidos. Legal ver a Eslováquia em um calendário desse calibre, e isso eu também tinha observado no finado post de ontem.

Não há confirmação alguma sobre se Ricci, Stumpf, Tozzo e Mascarello vão disputar algum outro campeonato. Pode ser que sim, e pode ser que não. E quanto ao FIA GT Series, Cacá Bueno é outro que deve aparecer no grid, pilotando para a equipe de Antonio Hermann.

Truck tem campeão mundial na pista

CASCAVEL - Hoje estão rolando testes da Fórmula Truck em Interlagos. Hoje e amanhã. Não são treinos coletivos, mas uma agenda em que oito pilotos de cinco equipes lideram o trabalho de preparação e verificação de seus caminhões. Afinal, todo mundo quer chegar a Tarumã, onde o campeonato começa no dia 10 do mês que vem, com o equipamento tinindo.


Os testes em Interlagos têm uma participação, hã, ilustre. Jaime Melo, piloto aqui de Cascavel que vi crescer no kart e que depois disso ganhou o mundo correndo de monopostos e de carros de gran turismo, tem uma experiência inédita com um caminhão da Truck. Vai cumprir algumas sequências de voltas, hoje, no Volvo com que o argentino Luiz Pucci disputou os dois últimos campeonatos.

O Jaime tem um dos currículos mais ecléticos que conheço no automobilismo, pra usar um termo que é mais próprio do meio musical. Já foi inclusive campeão mundial, na classe GT2 do extinto Mundial FIA GT, com Ferrari. Pilotou praticamente de tudo que tenha quatro rodas, inclusive um carro de Fórmula 1 – foi um presente da Williams na virada do século, um teste não lembro onde. É cedo para dizer que ele tenha interesse em participar do campeonato. Pode até ter, e é de se supor que isso passe pelo que vai acontecer daqui a pouquinho em Interlagos.

Claro que a curiosidade do Jaime sobre como é pilotar um caminhão é bem maior que a nossa. E não custa lembrar que muitos pilotos de incontestável calibre experimentaram a Fórmula Truck sem conseguir a devida adaptação. Óbvio, pilotar um caminhão – mesmo com todos os recursos que fazem do caminhão um carro de corrida que alguns comparam ao kart, pelas reações – é diferente de pilotar qualquer outra coisa. Mas, se o Jaime gostar da coisa, pode pintar novidade interessante para o campeonato de 2013. Que, não custa lembrar, já tem dois pilotos cascavelenses confirmados, o incansável Pedro Muffato e o sempre confiável Diogo Pachenki. É Cascavel dominando o mundo também na Fórmula Truck, como não?


Quanto à prova do mês que vem em Tarumã, está rolando aqui no blog uma promoção que vai distribuir credenciais vip e ingressos. Se você, torcedor gaúcho, ainda não participou, basta clicar nesse link aqui e seguir o caminho das pedras.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cleyton Pinteiro: “Não temos poder de polícia”

Cleyton Tadeu Correia Pinteiro, que abriu no início do ano seu segundo mandato como presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, milita no esporte há quase 40 anos. Tomou contato com o meio em 1974, como piloto de kart em Pernambuco – nasceu em Recife, onde vive. Desde então, enfileirou atuações como presidente do Kart Clube, vice-presidente da Federação Pernambucana, diretor da CBA para o Norte/Nordeste, três mandatos na presidência da Federação Pernambucana e outros dois na vice-presidência da CBA, até ser aclamado ao posto máximo da entidade pela primeira vez em 2009.

Empresário do ramo de perfuração de rochas e torcedor do Botafogo, o dirigente de 65 anos, que nunca exerceu cargo político fora do automobilismo – e garante que jamais vai pleitear algum –, aceitou conversar com o blog sobre algumas das questões mais frequentes da atualidade no automobilismo brasileiro. Mantendo uma postura protocolar, esquiva a CBA da missão de promover campeonatos frisando o caráter administrativo e regulador da entidade, atribui o fim de competições a dificuldades comerciais e admite que seu grupo nada mais tem a fazer que solicitações quanto à improvável construção de um novo autódromo no Rio de Janeiro. “Não temos poder de polícia”, alega.

Abaixo, a íntegra da entrevista com Pinteiro.

BLuc – Depois da assembleia que o aclamou a mais um mandato na CBA, o senhor enalteceu as categorias de base do automobilismo. A que o senhor se referia, exatamente?
Pinteiro – Ao trabalho que vem sendo realizado no kart, com a abertura das homologações e a obrigatoriedade de todas as peças serem intercambiáveis, os custos deverão ser reduzidos. Temos também uma iniciativa única no sul do país, onde os monopostos da CBA forma cedidos à FAU gaúcha, após aprovação em assembleia, para a implantação de uma categoria de baixo custo que prioriza o acesso de pilotos vindos do kart. O próprio CDA foi alterado com a criação de uma licença PEC – Piloto Escola de Competição. (Nota do blog: “FAU” é como são chamadas as federações de automobilismo; CDA é o Código Desportivo do Automobilismo)

BLuc – O que pode haver de planos concretos para o automobilismo de base nos próximos quatro anos?
Pinteiro – Do ponto de vista desportivo é o que respondi antes. Do ponto de vista administrativo a CBA contratou uma empresa de recursos humanos, a GI GROUP, e está promovendo uma verdadeira reestruturação administrativa e técnica em seus quadros de oficiais de competição. É uma ação interna que trará excelentes resultados a médio/longo prazo.

BLuc – A Fórmula 3 vive um momento difícil nos principais campeonatos pelo mundo, e aqui tem sido assim já há algum tempo - em janeiro, o Brazil Open teve apenas 6 carros no grid. Qual é a saída para ressuscitar a F-3 no Brasil?
Pinteiro – Como foi muito bem colocado por você, o momento mundial não é favorável. A promoção das categorias hoje depende da captação de recursos e se esses recursos não forem captados a inviabilidade da categoria é notória. A CBA é um órgão técnico regulamentador, e não promotor de eventos. Até temos capacidade para promover eventos. O kart nacional é todo promovido pela CBA. Se necessário o faremos, mas isso não é o foco da entidade.

BLuc – E como o senhor avalia o momento atual do kart brasileiro?
Pinteiro – Em ascensão, com a criação da Copa das Federações, as novas homologações, o fortalecimento dos estaduais. Penso que teremos nos próximos anos um nível técnico desportivo ainda melhor.

BLuc – E quanto ao Brasileiro de Endurance? Os promotores da Top Series tentaram reativar a categoria e se viram obrigados a desistir. Há algum novo formato viável para 2013?
Pinteiro – Sim, inclusive já esta no calendário da CBA. Serão utilizadas provas tradicionais, como as de Guaporé, Cascavel, Londrina, Tarumã e Interlagos.

BLuc – Copa Fiat, Fórmula Futuro, Spyder Race e Top Series encerraram suas atividades. As duas últimas, inclusive, antes do término da última temporada. Qual tem sido a principal dificuldade enfrentada pelos promotores?
Pinteiro – Exatamente o que foi colocado numa pergunta anterior, a dificuldade de captação de recursos no mercado.

BLuc – Temos observado que o prometido autódromo em Deodoro tem virado motivo de chacotas. O senhor ainda vê alguma possibilidade de que seja concretizado?
Pinteiro – A CBA, via Departamento Jurídico, utilizou-se de todas as possibilidades jurídicas possíveis para fazer valer as decisões favoráveis à não desativação de Jacarepaguá e posteriormente à construção de Deodoro, porém não temos poder de polícia. Se as decisões jurídicas foram desrespeitadas não foi por falta de esforços da CBA. Existe, sim, um cronograma previsto, e iremos cobrar que seja cumprido, só não temos como garantir que será cumprido.

BLuc – Com poucas exceções, a situação dos autódromos brasileiros é preocupante. Poucos oferecerem infraestrutura e condições de segurança compatíveis com o automobilismo de hoje. É um panorama reversível, esse?
Pinteiro – Sim, porém é necessário que os detentores dessas praças, que em sua maioria são o poder público, entendam que o automobilismo é um esporte extremamente lucrativo para as cidades onde se realizam eventos. Geração de empregos diretos e indiretos, utilização dos mais variados serviços como hotelaria, restaurantes e afins, retorno de imagem... São tantas as variáveis benéficas que um evento de porte nacional traz que justificam plenamente um ação mais efetiva nesta praça e um investimento real. Só para ilustrar, o maior evento de São Paulo é a Fórmula 1, onde para cada real investido pelo poder público retornam R$ 3,50. É ou não viável? A CBA não detém o controle nem a posse dos autódromos. Caberia, sim, ao poder publico olhar com mais profissionalismo esta situação.

BLuc – Então não é verdadeira a informação que o GP do Brasil gera prejuízo financeiro para o automobilismo nacional?
Pinteiro – De maneira alguma, pois qualquer país do mundo gostaria de ter um GP de F-1.

BLuc – Com relação aos processos de eleições das federações e da CBA, o senhor considera válido o estudo de um sistema em que o piloto, que é o ingrediente principal da receita, tenha direito a voto?
Pinteiro – Os pilotos têm como participar deste processo sim. Basta se filiar a um clube e eleger o presidente deste clube, pois são eles que elegem o presidente da FAU e assim por diante. Não é CBA que tem que mudar isso, teríamos que mudar toda a legislação desportiva vigente. Este processo é idêntico para todas as confederações e federações existentes no Brasil. Caso exista uma mudança e ela seja regulamentada com certeza mudaremos para atender a legislação nacional.

BLuc – Pelo formato atual, o voto de um estado com pouca ação automobilística tem o mesmo peso do voto de grandes centros do esporte, como São Paulo, Paraná ou Rio Grande do Sul. Seria o momento de rever essa relativização?
Pinteiro – Era desta forma e foi alterado, em assembleia e com a anuência de todas as FAUs. Seria justo um voto de trabalhador que recebe um salário mínimo valer menos que o voto de um megaempresário?

BLuc – Qual foi, em sua avaliação, o principal ponto negativo de seu primeiro mandato na presidência da CBA?
Pinteiro – Perdemos um bom tempo para organizar a casa, e isso demandou mais tempo do que esperávamos.

BLuc – E o principal ponto positivo?
Pinteiro – Todo o processo de reestruturação que está sendo feito. Isso é semelhante a obras de saneamento, elas não aparecem, mas são de suma importância a longo prazo. O legado que está sendo implementado é para médio/longo prazo.

BLuc – Quantos pilotos filiados a CBA contabiliza hoje?
Pinteiro – Somos mais de 12 mil. O Off-Road e o kart cresceram bastante, e não há redução significativa em outras categorias.

BLuc – As observações que constatamos dos pilotos em geral, sobretudo dos que não integram as categorias top nacionais, são de que a CBA seria basicamente uma entidade que pratica a burocracia e a cobrança de taxas para emissão de carteirinhas.
Pinteiro – A CBA é um órgão técnico desportivo que regulamenta o esporte a motor em quatro rodas no Brasil. Em qualquer parte do mundo, o piloto tem que ser habilitado para competir. Antes esse controle não era tão efetivo, as carteiras eram apenas emitidas sem o devido cuidado. Hoje nos preocupamos com todo o processo de filiação, o próprio CDA foi alterado para garantir que apenas pilotos com relativa condição técnica possam disputar sua respectiva categoria. As escolas de pilotagem desde 2012 estão sendo mais exigidas, existe hoje uma regulamentação específica para tal.
As questões de segurança nas pistas vêm sendo tratadas por uma comissão específica, através da CNA (Comissão Nacional de Autódromos), estamos fazendo um mapeamento da real situação de cada praça e vamos já em 2013 ter caderno de encargos para que as praças possam receber as categorias nacionais, com as devidas necessidades e adequações para cada evento. Em 2012 foram realizadas em diversas categorias palestras educativas sobre substâncias proibidas, o controle antidoping através da Comissão Médica será muito mais efetivo em 2013. Desde 2012, a análise de todos os regulamentos técnicos e desportivos não fica apenas sobrecarregada ao CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional). As propostas enviadas pelos promotores são analisadas por todo o conselho, que é composto pela CNV, CNVT, CNA, CNK, CNR (comissões nacionais de Velocidade, Velocidade na Terra, de Arrancada, de Kart e de Rally) e pelo próprio presidente do CTDN. Ou seja, em seu papel de cunho técnico e desportivo a instituição vem nos últimos anos gradativamente implementando novos processos, normatizando suas ações e garantindo a igualdade de competição nas categorias, porém este tipo de trabalho de bastidores, que é extremamente necessário, não aparece. Só que sem ele as disputas na pista ficam comprometidas.

BLuc – Em que frentes a CBA aplica a receita com emissão destas cédulas?
Pinteiro – Os balanços estão disponíveis em nosso site, coisa que antes não acontecia.

BLuc – São mesmo do senhor as decisões que partem da CBA? Há mais nomes que, em termos práticos, tenham tanto peso quanto o presidente no momento das decisões?
Pinteiro – Temos uma gestão participativa, temos comissões atuantes em todas as modalidades. Não sou centralizador, demando ações e as coordeno e cobro os resultados, sempre dentro de uma coerência. Cada pessoa dentro de nossa gestão tem seu papel e sua importância, hoje as comissões trabalham de forma integrada com suporte jurídico e administrativo.

BLuc – O senhor tem algum ídolo no automobilismo?
Pinteiro – Sim, Chico Landi.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Uma escola, enfim

CASCAVEL - Vem dos dirigentes gaúchos o ato mais concreto para que o automobilismo brasileiro tenha uma categoria de base. Falo da Fórmula Júnior, da qual um parceiro portoalegrense me tem dado algumas pistas desde agosto do ano passado.

A criação do campeonato foi anunciada há pouco em material enviado pela assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Automobilismo, apontada como apoiadora. A CBA, em princípio, cedeu à Federação Gaúcha os carros – que foram peça de uma tentativa de implantação da categoria na década passada – para total restauração por profissionais da terra do Teixeirinha e do Getúlio.

Quanto aos carros, fórmula atrativa: monopostos produzidos com chassi tubular, motor 1.4, câmbio Hewland, pneus slick NA Carrera e gerenciamento completo. Os motores serão equalizados por um profissional designado pela Federação Gaúcha. As equipes, que participam com dois carros, viram-se com seus próprios ajustes. Motores, amortecedores e molas serão sorteados entre os pilotos a cada duas etapas. O custo por evento para o piloto está estimado entre R$ 6 mil e R$ 7 mil.

O calendário prevê oito rodadas duplas, todas nos autódromos gaúchos. O informe da CBA manifesta 15 vagas no grid e informa que 14 delas já foram preenchidas. O grid, revela o press-release, terá pilotos de Rio Grande do Sul – maioria, claro –, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Distrito Federal. Nenhum aqui do Paraná, vejam só.

Os organizadores da nova categoria agendaram a segunda sessão de testes coletivos com os carros para sexta e sábado, amanhã e depois, na pista de Guaporé. A primeira etapa, dia 7 de abril, será no Velopark. O calendário do campeonato e várias outras informações estão disponíveis no site da Fórmula Júnior.

As categorias-escola, aliás, estão entre os temas abordados em entrevista concedida por Cleyton Pinteiro, presidente da CBA, ao BLuc. Como estou de saída, publico esse pingue-pongue amanhã cedinho.

Piquet na roda

CASCAVEL - Repiquei há pouco, no post aí de baixo, a entrevista de Piquet ao Jô. O Marcelo Lavanini, depois de observar que toda entrevista dada por Nelsão é espetacular, apontou como sua predileta essa, ao "Roda Viva".

Não custa lembrar que há quem veja todos os dias a entrevista de Ayrton Senna ao "Roda Viva".

Piquet no Jô

CASCAVEL - Do garimpo digital do Bruno Mantovani, entrevista concedida por Nelson Piquet em 1992, ao "Jô Soares Onze e Meia" - aquele que sempre começava depois da uma da manhã.

Touring Racing Club, já em 2013

CASCAVEL - A Top Series e a Spyder Race encerraram seus campeonatos brasileiros antes mesmo da última temporada terminar, a Copa Fiat foi descontinuada porque perdeu o apoio da montadora, o Touring Racing Club morreu antes de nascer. Certo? Errado, ao menos no que diz respeito à TRC, que o Victor Martins apresentou três meses atrás em seu blog - o link traz as especificações técnicas básicas da competição, a quem interessar. Houve, tempos depois, esse vídeo aqui, mostrando como foi o lançamento do campeonato.

Liguei há pouco para o Marçal Melo, um dos capitães da ideia. Convalesce em casa de um mal excêntrico, o Marçal, que ri do próprio infortúnio. Bendito sejam os que riem quando estão fodidos, hão de bradar determinadas escrituras. Como está tudo bem com o amigo, perguntei do piloto e organizador de campeonato: haverá campeonato, afinal?

Sim, haverá, é o que garante o Marçal. O processo todo sofreu alguns reveses, é verdade. Alguns deles serviram para restabelecer o roteiro todo. A história dos males que vêm para bem em estado puro.

Fio-me no que conversei com o Marçal para tentar traçar aqui um panorama de como está e deixa de estar o TRC. Que não, não é natimorto. As coisas começaram a andar para trás em novembro, em Londrina, onde o João Gonçalves punha à prova a primeira unidade do Subaru Impreza WRX construído para o campeonato. Um escorregão do pé ao fim da reta oposta fez o Joãozinho sair da pista, bater e capotar. Os danos causados ao carro implicaram a necessidade de reconstrução da suspensão dianteira e daí surgiu o primeiro grande contratempo, de ordem burocrática: todo o processo de importação das peças levaria intermináveis 60 dias. Caía por terra, ali, o plano de inscrever o carro nas 12 Horas de Tarumã – a participação permitiria que se fizessem inúmeros testes.

Enfim, diante de um novo problema, uma nova solução. Está praticamente alinhavado um acordo com a gaúcha Moro, que já fabrica os conjuntos de suspensão e agregados dos carros do Brasileiro de Marcas e da Copa Fiat, para produção desses itens. Peças mais baratas, à pronta entrega e, o que é melhor, projetadas para as situações de pista. Assim será feito, pois. O carro, já montado, irá à pista no mês que vem no Velopark, com o polivalente Juliano Moro ao volante. A iminente vinda da Moro para o TRC contempla também a montagem de todos os carros que estarão na pista – já chego lá.

Enquanto se lidava com as consequências do acidente com o primeiro protótipo, o embrião do TRC passava por uma reorganização societária, se é que o termo é esse. O grupo encarregado de efetivar e gerir o novo campeonato ficou mais enxuto. Marçal, João e Leandro Braghin, em resumo, seguem à frente da iniciativa, com consultoria do Paulão Gomes.

Já citei que o carro voltará à pista com Moro no Velopark. A partir desse teste, esperado para a segunda quinzena de março, serão definidas as demais mudanças no carro e, contando daí, estima-se que sejam necessários quase três meses para a conclusão da montagem de todos os carros que vão formar o primeiro grid. Serão 12 na primeira rodada dupla, em junho. Sim, o campeonato vai começar em junho e terá seis etapas, todas na região Sul do Brasil, sempre que possível na programação dos campeonato regionais – pode rolar uma rodada dupla extracampeonato em Interlagos, a título de apresentação.

Já se planeja um intervalo de qualquer coisa em torno de dois meses para depois da primeira etapa, o que viabilizará tempo hábil para a conclusão da montagem de mais carros. Com isso, e diante do calendário estrangulado, surge outra situação atípica para os padrões vigentes: a realização de corridas em janeiro, fevereiro e março, complementando a primeira temporada. Por um lado, coisa estranha para nossa cultura de corridas; por outro, uma alternativa à falta de corridas nessa época.

Os imprevistos são muitos, vê-se. Marçal garante que sua motivação não vai sucumbir aos problemas já surgidos e outros que venham a se apresentar. O Touring Racing Club vai sair do papel, é o que jura, só não ajoelhado porque o mal que o acomete não permite.

Faz questão de fazer um campeonato bem feitinho. Meio que por birra, até.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Parece que começa no dia 10

CASCAVEL - O Deivicris de Cristo preparou uma edição bem bacana, algo como um convite virtual para as corridas que vão abrir o Campeonato Metropolitano de Automobilismo de Curitiba, no segundo fim de semana de março. Compartilho aqui o vídeo de menos de três minutos.

Os pilotos destacados no material, segundo o Deivicris, são os que compuseram sua carteira particular de clientes em edição de vídeo no ano passado. Critério mais que justo, pois.

O Metropolitano de Curitiba tem corridas nas categorias Marcas (com classes A, B e Sênior, e para esta última eu recomendaria metade dos meus amigos pilotos), Turismo 1.600 A e B e Stock 5.000. A primeira etapa, segundo anuncia o convite do Deivicris, vai acontecer daqui a menos de um mês, nos dias 9 e 10. O site da Federação Paranaense de Automobilismo não faz qualquer menção a isso.

Aliás, não há calendário de competição nenhuma na página da FPrA. Estranho.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - Leva assinatura do mastodôntico Fábio "Rhino" Oliveira o vídeo aí abaixo. É um tíser, ou um vídeo-release, nunca sei direito diferenciar essas querelas técnicas, produzido no último fim de semana de janeiro, durante a nona edição do concorridíssimo Super Kart Brasil.

Aliás, se já tratamos de aportuguesar teaser para tíser, por que não verter release para relise? Teríamos, nesse caso, o videorrelise como opção para o belo material que o Rhino preparou.

E esse Super Kart Brasil, hein? Coisa de primeiro mundo. Ainda trago esse troço a Cascavel, vocês vão ver.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Volta a Truck, volta a PromoBLuc

CASCAVEL - Daqui a um mês – que não é a mesma coisa que 30 dias, segundo me ensinou anos atrás a atendente do Detran – desembarco em Viamão, ou qualquer cidade vizinha, para a primeira corrida da temporada da Fórmula Truck, em Tarumã.

Já sei que a gauchada toda está em polvorosa com a volta da categoria ao interessantíssimo traçado vizinho à capital, já se vão quase cinco anos da última festa truckística por lá. Motivo mais que suficiente para que já acionem seus neurônios e também seus trevos de quatro folhas, figas, ferraduras, pés-de-coelho e penduricalhos afins.

Chegou, afinal, a primeira PromoBLuc de 2013, que vai consistir, como sempre, num festival de palpites sobre qual será o tempo da volta mais rápida da programação de treinos de sexta-feira, 8 de março, primeiro dia de caminhões na pista. Quem cravar o tempo exato, ou mais se aproximar dele, caso não haja acerto cheio, vai levar um par de credenciais vip para acompanhar a corrida. Cada um dos cinco participantes que vierem a seguir na lista dos que mais se aproximarem da volta mais rápida vai ganhar do blog um par de ingressos de arquibancada. A brincadeira vai valer só na programação da sexta para que os contemplados tenham tempo hábil para retirar suas credenciais ou ingressos no sábado, no setor indicado do autódromo - ou indicar o nome de alguém que o faça.

Quem preferir participar aqui mesmo, pelo blog, deve indicar aí abaixo, na área de comentários, o tempo de volta correspondente a seu palpite, acompanhado de nome e e-mail (ou telefone, se preferirem). Aos que forem participar pelo Twitter, a postagem tem de seguir o formato exemplificado a seguir:

Na #PromoBLuc do @lucmonteiro, o melhor tempo de volta da @Formula_Truck na sexta-feira em Tarumã será 1min00s000. bit.ly/11WWxjQ

Explico sempre que esse 1min00s000 é um tempo meramente hipotético, que para efeito de aposta deve ser substituído pelo palpite do participante.

A título de referência, a última aparição da Truck na pista de Tarumã foi em 2008. O mais rápido dos treinos de sexta-feira naquele evento cronometrou 1min21s029. Para mais referências, suficientes para embaralhar as cabeças menos privilegiadas, a pole saiu com 1min21s497 e a volta mais rápida da corrida veio em 1min21s793 – todas essas façanhas foram cumpridas pelo Felipe Giaffone, embora a vitória na prova tenha sido do Geraldo Piquet.

Sertanejão na veia

CASCAVEL - Edição especial da série, hoje. Não por ser com Chrystian & Ralf, que são os caras da música sertaneja, em todo o sentido máximo do termo. Mas porque essa, especificamente, fui eu quem filmou, num show de tempo atrás no Cowboy Saloon, onde o Vanderlei Costa arrumou uma mesinha de diretoria pra nossa galera.

Sempre que alguém me pergunta quem são os grandes da música sertaneja, antes de citar Matogrosso & Mathias e outros papas do gênero, friso que Chrystian & Ralf não entram na lista por serem hors concours. Um videozinho simples como esse mostra por quê.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A alma do negócio

CASCAVEL - E saiu "A corrida", o quarto e último episódio da campanha da Ford que reeditou no Velopark o duelo de 25 anos atrás entre Nelson Piquet e Nigel Mansell. Ei-lo.

Para quem não acompanhou desde o início, aí vão os três episódios anteriores - "O encontro", "O carro" e "O treino".

Pintando o sete

CASCAVEL - Quando moleque, lá pelos 11 ou 12 anos, eu era irritantemente tarado por Fórmula 1. Não por automobilismo, só pela F-1. Some-se a isso minha gana de então de virar desenhista e tinha-se um fedelho que somou centenas de horas confeccionando caricaturas de Ayrton Senna. Já estava virando craque no traço de carros de F-1, também, foi pena ter parado de rabiscar ano depois, porque esse troço é como andar de bicicleta, você nunca esquece, mas a falta de prática leva consigo toda a sensibilidade do traço.

Ainda nos tempos de moleque, sexta série do ginásio, conheci o Lourival da Rosa, colega de classe, também craque dos traços. Foram os desenhos que se encarregarem de nos aproximar, o que foi ótimo. O Val (hoje soa meio gay, o apelido; à época, ninguém se preocupava com isso) era, ainda deve ser, um cara espirituoso ao extremo, a gente ria até cansar, ria de qualquer coisa. A convivência foi nociva a ele, que deixou um tanto de lado o Jaspion e outros heróis do imaginário japonês que dominava desenhar e se atirou, também, a rabiscar carros de corridas e fuças de pilotos. Prática à qual se juntou o Ricardo Marafon, outro parceiro de sala de aula. E essa era a nossa confraria, a de três moleques tontos que desenhavam carros e pilotos de corridas de Fórmula 1.

Dia desses, encontrei o Lourival nas redes sociais da vida. Já o tinha visto na rua tempos atrás, papo rápido, como vai a vida, aquela coisa, e cada um de nós tomou seu rumo. Via internet, agora, conversamos um pouco mais, fiquei sabendo que virou baterista e, antes mesmo de tentar arrebatá-lo para os meus repertórios sertanejos, soube que ele integra um grupo de músicas gauchesco-cristãs, ainda tenho de saber mais a respeito. Tempos antes foi o Ricardo quem deu as caras no mundo virtual, e com esse eu já tinha dividido um voo a São Paulo, cada um em sua agenda corrida.

Hoje, quando acessei o Facebook em busca de uma resposta qualquer na comunicação direta, parece que a chamam de inbox, deparei-me com Ayrton Senna, a grafite. A primeira impressão foi de se tratar de obra do Lourival, o traço me pareceu o dele. Como nunca me engano, bingo!, era um post dele, mesmo, "Ayrton senna retratado em meu grafite!", foi o que escreveu, o que me permitiu saber que seu estoque de grafites ainda não acabou, resiste bravamente desde aqueles primeiros rabiscos de 1989.

É bom retomar contato com a rapaziada das antigas, ainda que pela tela do computador. Mesma tela que vai permitir, depois de publicar isso aqui, de tratar de agendar uma cervejinha e um pão-com-linguiça com o Lourival e o Ricardo. E de mandar uma mensagem inbox à minha prima, que quando veio nos visitar em Cascavel, em 1992, levou com ela a melhor caricatura do Senna da minha lavra, sob o compromisso de despachá-la de volta tão logo providenciasse determinada modalidade de reprodução em algum moquifo paulistano. Jamais vi o desenho de novo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - "24 Horas em 24 minutos", é o clichê que o Nei Tessari adotou para batizar o vídeo feito a partir do material que colheu semana retrasada durante treinos e corrida em Daytona.

Os pontos de vista do Nei já foram devidamente esmiuçados em seu blog, aos que quiserem conferir. O vídeo está aí.

Motoescavadeiras e retroniveladoras

CASCAVEL - A caminho da agência depois do almoço, liguei o rádio. Sempre ouço rádio quando estou sozinho no carro. O repertório de agora há pouco foi um pouco do diferente do habitual - em vez das modas de sempre, o discurso da presidenta Dilma, que veio a Cascavel dar um bizu (manjam "bizu"?) no Show Rural, transmitido ao vivo pela Capital FM.

Chamou atenção, nos oito ou dez minutos de discurso que ouvi, a promessa feita pela presidenta aos prefeitos e produtores que, penso, acotovelavam-se no local onde ela falava. Pelo que contam, e com o perdão de um trocadilho que pode ser bem pertinente, saía gente pelo ladrão.

"Noventa por cento dos municípios do Brasil... Oitenta e nove vírgula alguma coisa, noventa por cento", começou a presidenta, "são municípios com menos de 50 mil habitantes", ilustrando o compromisso que viria. Interrompida algumas vezes por aplausos bem ensaiados, ela anunciou que o governo vai entregar a cada um desses municípios uma máquina retroescavadeira e uma motoniveladora. Até brincou com a confusão que fez, "eu já ia dizendo motoescavadeira e retroniveladora", para reafirmar que a prefeitura de cada um dos oitenta e nove vírgula alguma coisa dos municípios brasileiros iria receber essas máquinas, e que num segundo momento, "mais perto da metade do segundo semestre", cada uma dessas prefeituras receberia também um caminhão-caçamba.

A anunciada distribuição de maquinário pesado, explicou a presidenta, faz parte de uma ação do governo federal para fomentar boa conservação e ampliação das estradas vicinais, tão importantes que são para escoamento da produção agrícola, e claro que não haveria de faltar a comparação dessas vias às "veias menores do corpo, que são importantes para irrigar as maiores", e por aí vai.

Belo compromisso, o que dona Dilma assumiu hoje aqui às nossas barbas. Parece-me meio fabuloso, mas um belo compromisso. E dele só fiz questão de falar para ter esse post como lembrança, lá pelo fim do ano. Havendo tempo e paciência para isso, será interessante tentar levantar se alguma prefeitura terá recebido algum dos implementos e veículos prometidos.

Também chamou atenção, nos minutos de discurso que ouvi, o péssimo português da presidente. Sotaque caipira passa, esse eu também tenho e narro corridas na televisão. Falar errado, no manual lúquico de sobrevivência, é coisa que se aceita de um grupo reduzido, do qual não faz parte um chefe de Estado.

Na foto postada pelo Eduardo Pimentel, aparecem em destaque o governador Beto Richa, o prefeito Edgar Bueno, a presidenta Dilma e o produtor rural Dilvo Groli, presidente da Coopavel, cooperativa que assina a realização do Show Rural

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sertanejão na veia

CASCAVEL - Já falei de Liu & Léu aqui no blog, pouco mais de um ano atrás, foi quando publiquei um vídeo deles cantando ao vivo num programa de televisão - coisa rara, acho, apesar de ser um vídeo um tanto recente.

Hoje tem mais Liu & Léu por aqui. A gravação de "Saco de estopa", que eu conheço como "Saco de ouro". Há regravações dessa música com Chitão & Xororó, Cezar & Paulinho e um quintilhão de outras duplas. É uma das mais bonitas da música realmente sertaneja.

Liu morreu no ano passado, quando a dupla chegou a 55 anos de carreira.