quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Casa nova

CASCAVEL - Foram três anos, cinco meses e 16 dias de convivência com o Blogger, desde que o Pedro Rodrigo de Souza, em dia de ócio, resolveu criar um blog para mim.

Foram 1.584 abobrinhas publicadas, que até agora geraram 249.041 visualizações, média diária aproximada de 200. Bem pouco, é verdade. No início eu praticamente não mexia aqui, o que gerava traço de audiência. De uns dois anos para cá, a média diária girou na faixa de 400, 500 visualizações dia. Bem pouco, é verdade. Não tenho, para comigo mesmo, um compromisso tão grande com o blog. É algo como uma espécie de "querido diário", que uso também para alguns pitacos sobre o automobilismo, peça central do meu trabalho.

Das 1.584 abobrinhas - com essa aqui, 1.585 -, a campeã de acesso nesta primeira fase do BLuc foi uma seleção de devaneios que escrevi no dia em que a primeira vitória do Rubens Barrichello na Fórmula 1 completou 10 anos. Foram 4.034 acessos, parecem-se que o próprio Barrichello citou o texto na internet, o que bombou a audiência. Um outro texto de 2010, em que dei alguns pitacos sobre a então iminente revitalização do autódromo de Cascavel, foi ganhando audiência ao longo do ano passado, identificada pelas ferramentas de busca empregadas por quem buscava informações sobre a reforma. Chegou, até agora, a 2.932 visualizações. E por aí vai.

Enfim, é hora de mudar. As ferramentas do Blogger estão se tornando um tanto mais irritantes, motivo pelo qual dei maior atenção às recomendações de amigos blogueiros, que mantêm blogs bem melhores que o meu, e aderi ao WordPress. Todo o conteúdo publicado até hoje foi migrado para o novo endereço, graças ao trabalho rápido e eficiente do Ivan Capelli - aliás, preciso correr ao banco fazer o depósito dos honorários do gaúcho.

O novo BLuc - por enquanto, a única mudança diz respeito à nova casa, mesmo - já tem alguns pitaquinhos que não estão aqui. Portanto, se você é um dos poucos que vez ou outra passa os olhos por aqui, habitue-se ao novo endereço http://lucmonteiro.wordpress.com/.

Ou clique aqui e fique à vontade na nova casa.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - Imperdoavelmente, eu jamais assisti ao GP do Brasil de 1988. Vou fazer isso agora, não sem antes compartilhar aqui para os outros presumíveis dois ou três fãs de automobilismo que ainda não viram a corrida.


Os primeiros minutos do vídeo, instante em que dei-lhe uma pausa para trazê-lo ao blog, já foram suficientes para dar saudades do bom e velho circuito antigo do hoje finado Jacarepaguá. Que foi onde minha carreira de narrador de corridas começou.

Relargada para o Mattar

CASCAVEL - Comentarista dos bons e profundo conhecedor das coisas e causas do automobilismo, embora tenha péssimo gosto para times de futebol, o Rodrigo Mattar tem vivido algumas preocupações nos últimos meses, desde que saiu do emprego de vários anos no SporTV. Desde então, cotizou o tempo que dedica ao automobilismo a contatos com eventuais novos parceiros e com a alimentação de seu novo blog. Leitura obrigatória para quem gosta de automobilismo, a página atingiu em menos de três meses toda a audiência que o despretensioso BLuc teve em quase quatro anos de vida. Uma audiência valiosa e ainda não descoberta pelas agências de publicidade.


As coisas, enfim, estão acontecendo para o Rodrigo, que vai voltar aos microfones amanhã, pelo Fox Sports, no comentário de um dos eventos da Nascar. A boa notícia foi dada por ele próprio no início da madrugada, via "A mil por hora". É um freelancer, como ele próprio definiu. A mim, soa como estreia. Filho de Ramos, o Rodrigo apresenta com sobras os atributos que qualquer profissional precisa ter para integrar um time de primeira linha como o do Fox Sports. É de se imaginar que o canal vá repatriá-lo ao que melhor sabe fazer.

O fim de uma fase na carreira de jornalista especializado nesse negócio de corridas parece ter sido um baque para o colega e amigo, que testemunha agora aquela história de uma janela aberta diante de uma porta fechada. O freela de amanhã há de ser a relargada para uma nova fase, seja no Fox Sports, seja noutra casa.

Torcemos juntos, Rodrigo. Aproveita, cara.

Boletim da Pista

CASCAVEL - Entre uma foto e outra, o Vinicius Nunes teve a boa sacada de lançar uma revista digital como foco único no invejável automobilismo regional paulista. E assim nasceu o "Boletim da Pista", que já tem no ar seu número inaugural. Com 44 páginas, a edição número zero está aí abaixo, também, basta clicar no "Expand" e acompanhar.


Louvável a iniciativa do Vinicius, criando mais uma ferramenta para mostrar os nem sempre valorizados heróis que fazem esse negócio chamado automobilismo acontecer. Iniciativa que pode, deve, ganhar similares em outros estados.

O lançamento do primeiro número não poderia vir em momento melhor: a primeira das dez etapas do Campeonato Paulista de 2013 terá suas provas neste fim de semana, sábado e domingo, em Interlagos.

Queria estar lá para acompanhar a festa toda. Dessa vez não vai dar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Xuxo no Paulista de Marcas

CASCAVEL - Não, não se trata aqui de acusar nenhuma das contumazes mutretas automobilísticas. Apenas o cabível registro de que Luiz Fernando Pielak, que desde a longínqua infância adotou sem opções adicionais o apelido “Xuxo” , vai participar em Interlagos neste fim de semana da primeira etapa da Copa Marshal , que vem a ser o Campeonato Paulista de Marcas & Pilotos, categoria de turismo de maior grid do automobilismo brasileiro.


Não tem qualquer pretensão, o Xuxo, de participar da temporada toda da Copa Marshal. Pelo contrário, disse-me há pouco que vai atuar apenas nesta primeira etapa, aproveitando a maior folga no calendário do Campeonato Metropolitano aqui de Cascavel, que só vai começar no dia 24 do mês que vem – foi vice-campeão pelas bandas de cá em 2012, perdendo o título para o Daniel Kaefer, que se mandou para a Sprint Race. Ainda no ano passado, Pielak levantou a taça do Festival Brasileiro de Marcas 1.6, que reuniu em Curitiba os dez melhores pilotos de cada campeonato regional. É campeão brasileiro, pois, façanha que o levou a promover farta churrascada à qual fui convidado e, com a indelicadeza de sempre, não compareci.

Mas Cascavel não terá só um piloto no grid da Copa Marshal no domingo. Também com um Fiesta preparado pela Ferrari, Leandro Zandoná é outro que vai a Interlagos disposto a dar trabalho a paulistas, catarinenses, cariocas, mineiros e jupterianos. “O Leandro vai ser o meu calo neste ano, está andando muito forte”, testemunha o Xuxo Pielak. Os dois, Leandro e Xuxo, vão inscrever seus carros na categoria Super – o campeonato também tema Light e a Novatos, ficando toda a diferenciação atrelada à graduação dos pilotos, já que o regulamento técnico é o mesmo para todos.


É de se supor que o pessoal da Copa Marshal fique de cabelo em pé – exceções óbvias a Alexandre Nascimento e José Santiago, que lideram a lista dos calvos do grid – quando pilotos de Cascavel confirmam participação. O Xuxo, na primeira vez em que foi, conseguiu lugar na primeira fila do grid, que lhe acabou sendo confiscado por força do regulamento desportivo. Não lembro o que foi, parece que deixou de comparecer à pesagem, ou não estava devidamente barbeado, ou não tinha lido horóscopo, algo assim. Wanderley Faust, hoje mui digno secretário municipal do Esporte e Lazer, fez uma participação em Interlagos em fins de 2011 e, além do oitavo lugar geral na corrida, cravou a volta mais rápida de todas. Guinho Biberg, quando estreou, levou a vitória de sua categoria. Cascavel está muito perto de dominar o mundo.

Não sei quem produziu a foto lá no alto, do carro do Xuxo. Se o fotógrafo me estiver lendo, ou alguém que tenha a informação, que se manifeste. A do Zandoná foi feita pelo Deivicris de Cristo. As duas durante o Festival Brasileiro em Curitiba.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A Lusa com brasileiros

CASCAVEL - Eu tinha abordado o assunto ontem à noite aqui no blog. Por algum motivo, provavelmente associado ao fato de ter levantado da cama muito cedo, acabei fazendo besteira e deletando o post original. Enfim, fato é que a portuguesa Rodrive Competições anunciou ontem à noite quem serão seus pilotos no FIA GT Series. Todos eles disputaram o Brasileiro de GT no ano passado.


Matheus Stumpf e Cláudio Ricci, os da foto acima, vão formar uma das duplas da equipe. Os gaúchos já acumulam alguma experiência internacional em automobilismo e têm em comum, ainda, a presença na lista de campeões brasileiros de GT. Ricci foi campeão em 2009, revezando com o paulista Rafael Derani a pilotagem de uma Ferrari F430. Stumpf ganhou o título em 2010 e em 2011, sempre pilotando um Ford GT em dupla com o paraibano Valdeno Brito.

A outra dupla brasileira no FIA GT Series será formada pelo catarinense Felipe Tozzo e o mato-grossense Raijan Mascarello, que nunca correram fora do Brasil. Eles foram vice-campeões brasileiros da categoria GT Premium no ano passado, com a mesma Ferrari que levou Ricci e Derani ao título geral três anos antes. Na foto aí abaixo, Tozzo e Mascarello comemoram uma das 10 vitórias conquistadas no ano passado.


A primeira etapa do FIA GT Series, no circuito francês de Nogaro, está marcada para dia 1º de abril, uma segunda-feira. Será feriado nacional na França, Páscoa, segundo tratou de levantar o Rafa Catelan. As quatro etapas seguintes: 21 de abril - Zolder, Bélgica; 14 de julho - Zandvoort, Holanda; 18 de agosto - Slovakia Ring, Eslováquia; 13 de outubro - Navarra, Espanha. A sexta e última etapa, ainda sem data confirmada, é indicada no comunicado que a Rodrive publicou num primeiro momento em sua página no Facebook para o Médio-Leste europeu. O Rodrigo Mattar, que também abordou o assunto ontem à noite, antecipou-me que será nos Emirados Árabes Unidos. Legal ver a Eslováquia em um calendário desse calibre, e isso eu também tinha observado no finado post de ontem.

Não há confirmação alguma sobre se Ricci, Stumpf, Tozzo e Mascarello vão disputar algum outro campeonato. Pode ser que sim, e pode ser que não. E quanto ao FIA GT Series, Cacá Bueno é outro que deve aparecer no grid, pilotando para a equipe de Antonio Hermann.

Truck tem campeão mundial na pista

CASCAVEL - Hoje estão rolando testes da Fórmula Truck em Interlagos. Hoje e amanhã. Não são treinos coletivos, mas uma agenda em que oito pilotos de cinco equipes lideram o trabalho de preparação e verificação de seus caminhões. Afinal, todo mundo quer chegar a Tarumã, onde o campeonato começa no dia 10 do mês que vem, com o equipamento tinindo.


Os testes em Interlagos têm uma participação, hã, ilustre. Jaime Melo, piloto aqui de Cascavel que vi crescer no kart e que depois disso ganhou o mundo correndo de monopostos e de carros de gran turismo, tem uma experiência inédita com um caminhão da Truck. Vai cumprir algumas sequências de voltas, hoje, no Volvo com que o argentino Luiz Pucci disputou os dois últimos campeonatos.

O Jaime tem um dos currículos mais ecléticos que conheço no automobilismo, pra usar um termo que é mais próprio do meio musical. Já foi inclusive campeão mundial, na classe GT2 do extinto Mundial FIA GT, com Ferrari. Pilotou praticamente de tudo que tenha quatro rodas, inclusive um carro de Fórmula 1 – foi um presente da Williams na virada do século, um teste não lembro onde. É cedo para dizer que ele tenha interesse em participar do campeonato. Pode até ter, e é de se supor que isso passe pelo que vai acontecer daqui a pouquinho em Interlagos.

Claro que a curiosidade do Jaime sobre como é pilotar um caminhão é bem maior que a nossa. E não custa lembrar que muitos pilotos de incontestável calibre experimentaram a Fórmula Truck sem conseguir a devida adaptação. Óbvio, pilotar um caminhão – mesmo com todos os recursos que fazem do caminhão um carro de corrida que alguns comparam ao kart, pelas reações – é diferente de pilotar qualquer outra coisa. Mas, se o Jaime gostar da coisa, pode pintar novidade interessante para o campeonato de 2013. Que, não custa lembrar, já tem dois pilotos cascavelenses confirmados, o incansável Pedro Muffato e o sempre confiável Diogo Pachenki. É Cascavel dominando o mundo também na Fórmula Truck, como não?


Quanto à prova do mês que vem em Tarumã, está rolando aqui no blog uma promoção que vai distribuir credenciais vip e ingressos. Se você, torcedor gaúcho, ainda não participou, basta clicar nesse link aqui e seguir o caminho das pedras.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Cleyton Pinteiro: “Não temos poder de polícia”

Cleyton Tadeu Correia Pinteiro, que abriu no início do ano seu segundo mandato como presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, milita no esporte há quase 40 anos. Tomou contato com o meio em 1974, como piloto de kart em Pernambuco – nasceu em Recife, onde vive. Desde então, enfileirou atuações como presidente do Kart Clube, vice-presidente da Federação Pernambucana, diretor da CBA para o Norte/Nordeste, três mandatos na presidência da Federação Pernambucana e outros dois na vice-presidência da CBA, até ser aclamado ao posto máximo da entidade pela primeira vez em 2009.

Empresário do ramo de perfuração de rochas e torcedor do Botafogo, o dirigente de 65 anos, que nunca exerceu cargo político fora do automobilismo – e garante que jamais vai pleitear algum –, aceitou conversar com o blog sobre algumas das questões mais frequentes da atualidade no automobilismo brasileiro. Mantendo uma postura protocolar, esquiva a CBA da missão de promover campeonatos frisando o caráter administrativo e regulador da entidade, atribui o fim de competições a dificuldades comerciais e admite que seu grupo nada mais tem a fazer que solicitações quanto à improvável construção de um novo autódromo no Rio de Janeiro. “Não temos poder de polícia”, alega.

Abaixo, a íntegra da entrevista com Pinteiro.

BLuc – Depois da assembleia que o aclamou a mais um mandato na CBA, o senhor enalteceu as categorias de base do automobilismo. A que o senhor se referia, exatamente?
Pinteiro – Ao trabalho que vem sendo realizado no kart, com a abertura das homologações e a obrigatoriedade de todas as peças serem intercambiáveis, os custos deverão ser reduzidos. Temos também uma iniciativa única no sul do país, onde os monopostos da CBA forma cedidos à FAU gaúcha, após aprovação em assembleia, para a implantação de uma categoria de baixo custo que prioriza o acesso de pilotos vindos do kart. O próprio CDA foi alterado com a criação de uma licença PEC – Piloto Escola de Competição. (Nota do blog: “FAU” é como são chamadas as federações de automobilismo; CDA é o Código Desportivo do Automobilismo)

BLuc – O que pode haver de planos concretos para o automobilismo de base nos próximos quatro anos?
Pinteiro – Do ponto de vista desportivo é o que respondi antes. Do ponto de vista administrativo a CBA contratou uma empresa de recursos humanos, a GI GROUP, e está promovendo uma verdadeira reestruturação administrativa e técnica em seus quadros de oficiais de competição. É uma ação interna que trará excelentes resultados a médio/longo prazo.

BLuc – A Fórmula 3 vive um momento difícil nos principais campeonatos pelo mundo, e aqui tem sido assim já há algum tempo - em janeiro, o Brazil Open teve apenas 6 carros no grid. Qual é a saída para ressuscitar a F-3 no Brasil?
Pinteiro – Como foi muito bem colocado por você, o momento mundial não é favorável. A promoção das categorias hoje depende da captação de recursos e se esses recursos não forem captados a inviabilidade da categoria é notória. A CBA é um órgão técnico regulamentador, e não promotor de eventos. Até temos capacidade para promover eventos. O kart nacional é todo promovido pela CBA. Se necessário o faremos, mas isso não é o foco da entidade.

BLuc – E como o senhor avalia o momento atual do kart brasileiro?
Pinteiro – Em ascensão, com a criação da Copa das Federações, as novas homologações, o fortalecimento dos estaduais. Penso que teremos nos próximos anos um nível técnico desportivo ainda melhor.

BLuc – E quanto ao Brasileiro de Endurance? Os promotores da Top Series tentaram reativar a categoria e se viram obrigados a desistir. Há algum novo formato viável para 2013?
Pinteiro – Sim, inclusive já esta no calendário da CBA. Serão utilizadas provas tradicionais, como as de Guaporé, Cascavel, Londrina, Tarumã e Interlagos.

BLuc – Copa Fiat, Fórmula Futuro, Spyder Race e Top Series encerraram suas atividades. As duas últimas, inclusive, antes do término da última temporada. Qual tem sido a principal dificuldade enfrentada pelos promotores?
Pinteiro – Exatamente o que foi colocado numa pergunta anterior, a dificuldade de captação de recursos no mercado.

BLuc – Temos observado que o prometido autódromo em Deodoro tem virado motivo de chacotas. O senhor ainda vê alguma possibilidade de que seja concretizado?
Pinteiro – A CBA, via Departamento Jurídico, utilizou-se de todas as possibilidades jurídicas possíveis para fazer valer as decisões favoráveis à não desativação de Jacarepaguá e posteriormente à construção de Deodoro, porém não temos poder de polícia. Se as decisões jurídicas foram desrespeitadas não foi por falta de esforços da CBA. Existe, sim, um cronograma previsto, e iremos cobrar que seja cumprido, só não temos como garantir que será cumprido.

BLuc – Com poucas exceções, a situação dos autódromos brasileiros é preocupante. Poucos oferecerem infraestrutura e condições de segurança compatíveis com o automobilismo de hoje. É um panorama reversível, esse?
Pinteiro – Sim, porém é necessário que os detentores dessas praças, que em sua maioria são o poder público, entendam que o automobilismo é um esporte extremamente lucrativo para as cidades onde se realizam eventos. Geração de empregos diretos e indiretos, utilização dos mais variados serviços como hotelaria, restaurantes e afins, retorno de imagem... São tantas as variáveis benéficas que um evento de porte nacional traz que justificam plenamente um ação mais efetiva nesta praça e um investimento real. Só para ilustrar, o maior evento de São Paulo é a Fórmula 1, onde para cada real investido pelo poder público retornam R$ 3,50. É ou não viável? A CBA não detém o controle nem a posse dos autódromos. Caberia, sim, ao poder publico olhar com mais profissionalismo esta situação.

BLuc – Então não é verdadeira a informação que o GP do Brasil gera prejuízo financeiro para o automobilismo nacional?
Pinteiro – De maneira alguma, pois qualquer país do mundo gostaria de ter um GP de F-1.

BLuc – Com relação aos processos de eleições das federações e da CBA, o senhor considera válido o estudo de um sistema em que o piloto, que é o ingrediente principal da receita, tenha direito a voto?
Pinteiro – Os pilotos têm como participar deste processo sim. Basta se filiar a um clube e eleger o presidente deste clube, pois são eles que elegem o presidente da FAU e assim por diante. Não é CBA que tem que mudar isso, teríamos que mudar toda a legislação desportiva vigente. Este processo é idêntico para todas as confederações e federações existentes no Brasil. Caso exista uma mudança e ela seja regulamentada com certeza mudaremos para atender a legislação nacional.

BLuc – Pelo formato atual, o voto de um estado com pouca ação automobilística tem o mesmo peso do voto de grandes centros do esporte, como São Paulo, Paraná ou Rio Grande do Sul. Seria o momento de rever essa relativização?
Pinteiro – Era desta forma e foi alterado, em assembleia e com a anuência de todas as FAUs. Seria justo um voto de trabalhador que recebe um salário mínimo valer menos que o voto de um megaempresário?

BLuc – Qual foi, em sua avaliação, o principal ponto negativo de seu primeiro mandato na presidência da CBA?
Pinteiro – Perdemos um bom tempo para organizar a casa, e isso demandou mais tempo do que esperávamos.

BLuc – E o principal ponto positivo?
Pinteiro – Todo o processo de reestruturação que está sendo feito. Isso é semelhante a obras de saneamento, elas não aparecem, mas são de suma importância a longo prazo. O legado que está sendo implementado é para médio/longo prazo.

BLuc – Quantos pilotos filiados a CBA contabiliza hoje?
Pinteiro – Somos mais de 12 mil. O Off-Road e o kart cresceram bastante, e não há redução significativa em outras categorias.

BLuc – As observações que constatamos dos pilotos em geral, sobretudo dos que não integram as categorias top nacionais, são de que a CBA seria basicamente uma entidade que pratica a burocracia e a cobrança de taxas para emissão de carteirinhas.
Pinteiro – A CBA é um órgão técnico desportivo que regulamenta o esporte a motor em quatro rodas no Brasil. Em qualquer parte do mundo, o piloto tem que ser habilitado para competir. Antes esse controle não era tão efetivo, as carteiras eram apenas emitidas sem o devido cuidado. Hoje nos preocupamos com todo o processo de filiação, o próprio CDA foi alterado para garantir que apenas pilotos com relativa condição técnica possam disputar sua respectiva categoria. As escolas de pilotagem desde 2012 estão sendo mais exigidas, existe hoje uma regulamentação específica para tal.
As questões de segurança nas pistas vêm sendo tratadas por uma comissão específica, através da CNA (Comissão Nacional de Autódromos), estamos fazendo um mapeamento da real situação de cada praça e vamos já em 2013 ter caderno de encargos para que as praças possam receber as categorias nacionais, com as devidas necessidades e adequações para cada evento. Em 2012 foram realizadas em diversas categorias palestras educativas sobre substâncias proibidas, o controle antidoping através da Comissão Médica será muito mais efetivo em 2013. Desde 2012, a análise de todos os regulamentos técnicos e desportivos não fica apenas sobrecarregada ao CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional). As propostas enviadas pelos promotores são analisadas por todo o conselho, que é composto pela CNV, CNVT, CNA, CNK, CNR (comissões nacionais de Velocidade, Velocidade na Terra, de Arrancada, de Kart e de Rally) e pelo próprio presidente do CTDN. Ou seja, em seu papel de cunho técnico e desportivo a instituição vem nos últimos anos gradativamente implementando novos processos, normatizando suas ações e garantindo a igualdade de competição nas categorias, porém este tipo de trabalho de bastidores, que é extremamente necessário, não aparece. Só que sem ele as disputas na pista ficam comprometidas.

BLuc – Em que frentes a CBA aplica a receita com emissão destas cédulas?
Pinteiro – Os balanços estão disponíveis em nosso site, coisa que antes não acontecia.

BLuc – São mesmo do senhor as decisões que partem da CBA? Há mais nomes que, em termos práticos, tenham tanto peso quanto o presidente no momento das decisões?
Pinteiro – Temos uma gestão participativa, temos comissões atuantes em todas as modalidades. Não sou centralizador, demando ações e as coordeno e cobro os resultados, sempre dentro de uma coerência. Cada pessoa dentro de nossa gestão tem seu papel e sua importância, hoje as comissões trabalham de forma integrada com suporte jurídico e administrativo.

BLuc – O senhor tem algum ídolo no automobilismo?
Pinteiro – Sim, Chico Landi.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Uma escola, enfim

CASCAVEL - Vem dos dirigentes gaúchos o ato mais concreto para que o automobilismo brasileiro tenha uma categoria de base. Falo da Fórmula Júnior, da qual um parceiro portoalegrense me tem dado algumas pistas desde agosto do ano passado.

A criação do campeonato foi anunciada há pouco em material enviado pela assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Automobilismo, apontada como apoiadora. A CBA, em princípio, cedeu à Federação Gaúcha os carros – que foram peça de uma tentativa de implantação da categoria na década passada – para total restauração por profissionais da terra do Teixeirinha e do Getúlio.

Quanto aos carros, fórmula atrativa: monopostos produzidos com chassi tubular, motor 1.4, câmbio Hewland, pneus slick NA Carrera e gerenciamento completo. Os motores serão equalizados por um profissional designado pela Federação Gaúcha. As equipes, que participam com dois carros, viram-se com seus próprios ajustes. Motores, amortecedores e molas serão sorteados entre os pilotos a cada duas etapas. O custo por evento para o piloto está estimado entre R$ 6 mil e R$ 7 mil.

O calendário prevê oito rodadas duplas, todas nos autódromos gaúchos. O informe da CBA manifesta 15 vagas no grid e informa que 14 delas já foram preenchidas. O grid, revela o press-release, terá pilotos de Rio Grande do Sul – maioria, claro –, São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e Distrito Federal. Nenhum aqui do Paraná, vejam só.

Os organizadores da nova categoria agendaram a segunda sessão de testes coletivos com os carros para sexta e sábado, amanhã e depois, na pista de Guaporé. A primeira etapa, dia 7 de abril, será no Velopark. O calendário do campeonato e várias outras informações estão disponíveis no site da Fórmula Júnior.

As categorias-escola, aliás, estão entre os temas abordados em entrevista concedida por Cleyton Pinteiro, presidente da CBA, ao BLuc. Como estou de saída, publico esse pingue-pongue amanhã cedinho.

Piquet na roda

CASCAVEL - Repiquei há pouco, no post aí de baixo, a entrevista de Piquet ao Jô. O Marcelo Lavanini, depois de observar que toda entrevista dada por Nelsão é espetacular, apontou como sua predileta essa, ao "Roda Viva".

Não custa lembrar que há quem veja todos os dias a entrevista de Ayrton Senna ao "Roda Viva".

Piquet no Jô

CASCAVEL - Do garimpo digital do Bruno Mantovani, entrevista concedida por Nelson Piquet em 1992, ao "Jô Soares Onze e Meia" - aquele que sempre começava depois da uma da manhã.

Touring Racing Club, já em 2013

CASCAVEL - A Top Series e a Spyder Race encerraram seus campeonatos brasileiros antes mesmo da última temporada terminar, a Copa Fiat foi descontinuada porque perdeu o apoio da montadora, o Touring Racing Club morreu antes de nascer. Certo? Errado, ao menos no que diz respeito à TRC, que o Victor Martins apresentou três meses atrás em seu blog - o link traz as especificações técnicas básicas da competição, a quem interessar. Houve, tempos depois, esse vídeo aqui, mostrando como foi o lançamento do campeonato.

Liguei há pouco para o Marçal Melo, um dos capitães da ideia. Convalesce em casa de um mal excêntrico, o Marçal, que ri do próprio infortúnio. Bendito sejam os que riem quando estão fodidos, hão de bradar determinadas escrituras. Como está tudo bem com o amigo, perguntei do piloto e organizador de campeonato: haverá campeonato, afinal?

Sim, haverá, é o que garante o Marçal. O processo todo sofreu alguns reveses, é verdade. Alguns deles serviram para restabelecer o roteiro todo. A história dos males que vêm para bem em estado puro.

Fio-me no que conversei com o Marçal para tentar traçar aqui um panorama de como está e deixa de estar o TRC. Que não, não é natimorto. As coisas começaram a andar para trás em novembro, em Londrina, onde o João Gonçalves punha à prova a primeira unidade do Subaru Impreza WRX construído para o campeonato. Um escorregão do pé ao fim da reta oposta fez o Joãozinho sair da pista, bater e capotar. Os danos causados ao carro implicaram a necessidade de reconstrução da suspensão dianteira e daí surgiu o primeiro grande contratempo, de ordem burocrática: todo o processo de importação das peças levaria intermináveis 60 dias. Caía por terra, ali, o plano de inscrever o carro nas 12 Horas de Tarumã – a participação permitiria que se fizessem inúmeros testes.

Enfim, diante de um novo problema, uma nova solução. Está praticamente alinhavado um acordo com a gaúcha Moro, que já fabrica os conjuntos de suspensão e agregados dos carros do Brasileiro de Marcas e da Copa Fiat, para produção desses itens. Peças mais baratas, à pronta entrega e, o que é melhor, projetadas para as situações de pista. Assim será feito, pois. O carro, já montado, irá à pista no mês que vem no Velopark, com o polivalente Juliano Moro ao volante. A iminente vinda da Moro para o TRC contempla também a montagem de todos os carros que estarão na pista – já chego lá.

Enquanto se lidava com as consequências do acidente com o primeiro protótipo, o embrião do TRC passava por uma reorganização societária, se é que o termo é esse. O grupo encarregado de efetivar e gerir o novo campeonato ficou mais enxuto. Marçal, João e Leandro Braghin, em resumo, seguem à frente da iniciativa, com consultoria do Paulão Gomes.

Já citei que o carro voltará à pista com Moro no Velopark. A partir desse teste, esperado para a segunda quinzena de março, serão definidas as demais mudanças no carro e, contando daí, estima-se que sejam necessários quase três meses para a conclusão da montagem de todos os carros que vão formar o primeiro grid. Serão 12 na primeira rodada dupla, em junho. Sim, o campeonato vai começar em junho e terá seis etapas, todas na região Sul do Brasil, sempre que possível na programação dos campeonato regionais – pode rolar uma rodada dupla extracampeonato em Interlagos, a título de apresentação.

Já se planeja um intervalo de qualquer coisa em torno de dois meses para depois da primeira etapa, o que viabilizará tempo hábil para a conclusão da montagem de mais carros. Com isso, e diante do calendário estrangulado, surge outra situação atípica para os padrões vigentes: a realização de corridas em janeiro, fevereiro e março, complementando a primeira temporada. Por um lado, coisa estranha para nossa cultura de corridas; por outro, uma alternativa à falta de corridas nessa época.

Os imprevistos são muitos, vê-se. Marçal garante que sua motivação não vai sucumbir aos problemas já surgidos e outros que venham a se apresentar. O Touring Racing Club vai sair do papel, é o que jura, só não ajoelhado porque o mal que o acomete não permite.

Faz questão de fazer um campeonato bem feitinho. Meio que por birra, até.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Parece que começa no dia 10

CASCAVEL - O Deivicris de Cristo preparou uma edição bem bacana, algo como um convite virtual para as corridas que vão abrir o Campeonato Metropolitano de Automobilismo de Curitiba, no segundo fim de semana de março. Compartilho aqui o vídeo de menos de três minutos.

Os pilotos destacados no material, segundo o Deivicris, são os que compuseram sua carteira particular de clientes em edição de vídeo no ano passado. Critério mais que justo, pois.

O Metropolitano de Curitiba tem corridas nas categorias Marcas (com classes A, B e Sênior, e para esta última eu recomendaria metade dos meus amigos pilotos), Turismo 1.600 A e B e Stock 5.000. A primeira etapa, segundo anuncia o convite do Deivicris, vai acontecer daqui a menos de um mês, nos dias 9 e 10. O site da Federação Paranaense de Automobilismo não faz qualquer menção a isso.

Aliás, não há calendário de competição nenhuma na página da FPrA. Estranho.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - Leva assinatura do mastodôntico Fábio "Rhino" Oliveira o vídeo aí abaixo. É um tíser, ou um vídeo-release, nunca sei direito diferenciar essas querelas técnicas, produzido no último fim de semana de janeiro, durante a nona edição do concorridíssimo Super Kart Brasil.

Aliás, se já tratamos de aportuguesar teaser para tíser, por que não verter release para relise? Teríamos, nesse caso, o videorrelise como opção para o belo material que o Rhino preparou.

E esse Super Kart Brasil, hein? Coisa de primeiro mundo. Ainda trago esse troço a Cascavel, vocês vão ver.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Volta a Truck, volta a PromoBLuc

CASCAVEL - Daqui a um mês – que não é a mesma coisa que 30 dias, segundo me ensinou anos atrás a atendente do Detran – desembarco em Viamão, ou qualquer cidade vizinha, para a primeira corrida da temporada da Fórmula Truck, em Tarumã.

Já sei que a gauchada toda está em polvorosa com a volta da categoria ao interessantíssimo traçado vizinho à capital, já se vão quase cinco anos da última festa truckística por lá. Motivo mais que suficiente para que já acionem seus neurônios e também seus trevos de quatro folhas, figas, ferraduras, pés-de-coelho e penduricalhos afins.

Chegou, afinal, a primeira PromoBLuc de 2013, que vai consistir, como sempre, num festival de palpites sobre qual será o tempo da volta mais rápida da programação de treinos de sexta-feira, 8 de março, primeiro dia de caminhões na pista. Quem cravar o tempo exato, ou mais se aproximar dele, caso não haja acerto cheio, vai levar um par de credenciais vip para acompanhar a corrida. Cada um dos cinco participantes que vierem a seguir na lista dos que mais se aproximarem da volta mais rápida vai ganhar do blog um par de ingressos de arquibancada. A brincadeira vai valer só na programação da sexta para que os contemplados tenham tempo hábil para retirar suas credenciais ou ingressos no sábado, no setor indicado do autódromo - ou indicar o nome de alguém que o faça.

Quem preferir participar aqui mesmo, pelo blog, deve indicar aí abaixo, na área de comentários, o tempo de volta correspondente a seu palpite, acompanhado de nome e e-mail (ou telefone, se preferirem). Aos que forem participar pelo Twitter, a postagem tem de seguir o formato exemplificado a seguir:

Na #PromoBLuc do @lucmonteiro, o melhor tempo de volta da @Formula_Truck na sexta-feira em Tarumã será 1min00s000. bit.ly/11WWxjQ

Explico sempre que esse 1min00s000 é um tempo meramente hipotético, que para efeito de aposta deve ser substituído pelo palpite do participante.

A título de referência, a última aparição da Truck na pista de Tarumã foi em 2008. O mais rápido dos treinos de sexta-feira naquele evento cronometrou 1min21s029. Para mais referências, suficientes para embaralhar as cabeças menos privilegiadas, a pole saiu com 1min21s497 e a volta mais rápida da corrida veio em 1min21s793 – todas essas façanhas foram cumpridas pelo Felipe Giaffone, embora a vitória na prova tenha sido do Geraldo Piquet.

Sertanejão na veia

CASCAVEL - Edição especial da série, hoje. Não por ser com Chrystian & Ralf, que são os caras da música sertaneja, em todo o sentido máximo do termo. Mas porque essa, especificamente, fui eu quem filmou, num show de tempo atrás no Cowboy Saloon, onde o Vanderlei Costa arrumou uma mesinha de diretoria pra nossa galera.

Sempre que alguém me pergunta quem são os grandes da música sertaneja, antes de citar Matogrosso & Mathias e outros papas do gênero, friso que Chrystian & Ralf não entram na lista por serem hors concours. Um videozinho simples como esse mostra por quê.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A alma do negócio

CASCAVEL - E saiu "A corrida", o quarto e último episódio da campanha da Ford que reeditou no Velopark o duelo de 25 anos atrás entre Nelson Piquet e Nigel Mansell. Ei-lo.

Para quem não acompanhou desde o início, aí vão os três episódios anteriores - "O encontro", "O carro" e "O treino".

Pintando o sete

CASCAVEL - Quando moleque, lá pelos 11 ou 12 anos, eu era irritantemente tarado por Fórmula 1. Não por automobilismo, só pela F-1. Some-se a isso minha gana de então de virar desenhista e tinha-se um fedelho que somou centenas de horas confeccionando caricaturas de Ayrton Senna. Já estava virando craque no traço de carros de F-1, também, foi pena ter parado de rabiscar ano depois, porque esse troço é como andar de bicicleta, você nunca esquece, mas a falta de prática leva consigo toda a sensibilidade do traço.

Ainda nos tempos de moleque, sexta série do ginásio, conheci o Lourival da Rosa, colega de classe, também craque dos traços. Foram os desenhos que se encarregarem de nos aproximar, o que foi ótimo. O Val (hoje soa meio gay, o apelido; à época, ninguém se preocupava com isso) era, ainda deve ser, um cara espirituoso ao extremo, a gente ria até cansar, ria de qualquer coisa. A convivência foi nociva a ele, que deixou um tanto de lado o Jaspion e outros heróis do imaginário japonês que dominava desenhar e se atirou, também, a rabiscar carros de corridas e fuças de pilotos. Prática à qual se juntou o Ricardo Marafon, outro parceiro de sala de aula. E essa era a nossa confraria, a de três moleques tontos que desenhavam carros e pilotos de corridas de Fórmula 1.

Dia desses, encontrei o Lourival nas redes sociais da vida. Já o tinha visto na rua tempos atrás, papo rápido, como vai a vida, aquela coisa, e cada um de nós tomou seu rumo. Via internet, agora, conversamos um pouco mais, fiquei sabendo que virou baterista e, antes mesmo de tentar arrebatá-lo para os meus repertórios sertanejos, soube que ele integra um grupo de músicas gauchesco-cristãs, ainda tenho de saber mais a respeito. Tempos antes foi o Ricardo quem deu as caras no mundo virtual, e com esse eu já tinha dividido um voo a São Paulo, cada um em sua agenda corrida.

Hoje, quando acessei o Facebook em busca de uma resposta qualquer na comunicação direta, parece que a chamam de inbox, deparei-me com Ayrton Senna, a grafite. A primeira impressão foi de se tratar de obra do Lourival, o traço me pareceu o dele. Como nunca me engano, bingo!, era um post dele, mesmo, "Ayrton senna retratado em meu grafite!", foi o que escreveu, o que me permitiu saber que seu estoque de grafites ainda não acabou, resiste bravamente desde aqueles primeiros rabiscos de 1989.

É bom retomar contato com a rapaziada das antigas, ainda que pela tela do computador. Mesma tela que vai permitir, depois de publicar isso aqui, de tratar de agendar uma cervejinha e um pão-com-linguiça com o Lourival e o Ricardo. E de mandar uma mensagem inbox à minha prima, que quando veio nos visitar em Cascavel, em 1992, levou com ela a melhor caricatura do Senna da minha lavra, sob o compromisso de despachá-la de volta tão logo providenciasse determinada modalidade de reprodução em algum moquifo paulistano. Jamais vi o desenho de novo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Highlights

CASCAVEL - "24 Horas em 24 minutos", é o clichê que o Nei Tessari adotou para batizar o vídeo feito a partir do material que colheu semana retrasada durante treinos e corrida em Daytona.

Os pontos de vista do Nei já foram devidamente esmiuçados em seu blog, aos que quiserem conferir. O vídeo está aí.

Motoescavadeiras e retroniveladoras

CASCAVEL - A caminho da agência depois do almoço, liguei o rádio. Sempre ouço rádio quando estou sozinho no carro. O repertório de agora há pouco foi um pouco do diferente do habitual - em vez das modas de sempre, o discurso da presidenta Dilma, que veio a Cascavel dar um bizu (manjam "bizu"?) no Show Rural, transmitido ao vivo pela Capital FM.

Chamou atenção, nos oito ou dez minutos de discurso que ouvi, a promessa feita pela presidenta aos prefeitos e produtores que, penso, acotovelavam-se no local onde ela falava. Pelo que contam, e com o perdão de um trocadilho que pode ser bem pertinente, saía gente pelo ladrão.

"Noventa por cento dos municípios do Brasil... Oitenta e nove vírgula alguma coisa, noventa por cento", começou a presidenta, "são municípios com menos de 50 mil habitantes", ilustrando o compromisso que viria. Interrompida algumas vezes por aplausos bem ensaiados, ela anunciou que o governo vai entregar a cada um desses municípios uma máquina retroescavadeira e uma motoniveladora. Até brincou com a confusão que fez, "eu já ia dizendo motoescavadeira e retroniveladora", para reafirmar que a prefeitura de cada um dos oitenta e nove vírgula alguma coisa dos municípios brasileiros iria receber essas máquinas, e que num segundo momento, "mais perto da metade do segundo semestre", cada uma dessas prefeituras receberia também um caminhão-caçamba.

A anunciada distribuição de maquinário pesado, explicou a presidenta, faz parte de uma ação do governo federal para fomentar boa conservação e ampliação das estradas vicinais, tão importantes que são para escoamento da produção agrícola, e claro que não haveria de faltar a comparação dessas vias às "veias menores do corpo, que são importantes para irrigar as maiores", e por aí vai.

Belo compromisso, o que dona Dilma assumiu hoje aqui às nossas barbas. Parece-me meio fabuloso, mas um belo compromisso. E dele só fiz questão de falar para ter esse post como lembrança, lá pelo fim do ano. Havendo tempo e paciência para isso, será interessante tentar levantar se alguma prefeitura terá recebido algum dos implementos e veículos prometidos.

Também chamou atenção, nos minutos de discurso que ouvi, o péssimo português da presidente. Sotaque caipira passa, esse eu também tenho e narro corridas na televisão. Falar errado, no manual lúquico de sobrevivência, é coisa que se aceita de um grupo reduzido, do qual não faz parte um chefe de Estado.

Na foto postada pelo Eduardo Pimentel, aparecem em destaque o governador Beto Richa, o prefeito Edgar Bueno, a presidenta Dilma e o produtor rural Dilvo Groli, presidente da Coopavel, cooperativa que assina a realização do Show Rural

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sertanejão na veia

CASCAVEL - Já falei de Liu & Léu aqui no blog, pouco mais de um ano atrás, foi quando publiquei um vídeo deles cantando ao vivo num programa de televisão - coisa rara, acho, apesar de ser um vídeo um tanto recente.

Hoje tem mais Liu & Léu por aqui. A gravação de "Saco de estopa", que eu conheço como "Saco de ouro". Há regravações dessa música com Chitão & Xororó, Cezar & Paulinho e um quintilhão de outras duplas. É uma das mais bonitas da música realmente sertaneja.

Liu morreu no ano passado, quando a dupla chegou a 55 anos de carreira.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Calor e conversa alheia

CASCAVEL - Fazia um calor infernal, sem trocadilhos, durante aquele almoço de meio de novembro no autódromo Campo Grande, refeitório sob lona anexo à lanchonete atrás dos boxes, uns trezentos graus àquela sombra. Era o que havia, e ali eu fazia, por volta das duas da tarde, minha primeira refeição no dia, um tanto angustiado, ou qualquer coisa perto disso, porque era aniversário do meu filho e eu estava ali, tão longe de casa, almoçando sozinho.

Sozinho, claro, é eufemismo. Dezenas de pessoas dividiam aqueles poucos metros quadrados sob a escaldante sombra sob a lona, que instantes antes eram disputados quase a tapa por umas duas centenas – detesto filas, por isso deixei para almoçar comer mais tarde, quando quase não havia mais tempo. Alguns pilotos daquele evento adotaram igual estratégia, e me causava agonia vê-los fervendo dentro daqueles macacões grossos.

Na mesa ao lado, um desses pilotos batia papo com um sujeito que imperdoavelmente não sei quem é. Deveria saber, claro, parecia figura importante no contexto de alguma das várias organizações que compunham a festa do fim de semana. E que parecia bastante atualizado quanto às coisas da Fórmula 1, detalhes técnicos e situações de mercado incluídos na lista.

A conversa não era comigo e nela não meti o bedelho. Não me interessava, a bem da verdade, eu queria mesmo era poder ver a cara do meu moleque em casa quando abrisse seu presente de aniversário, que hoje nem lembro qual foi (o presente, no caso; moleque eu só tenho um). Só um trecho daquela conversa alheia me chamou atenção: “O Razia corre na Fórmula 1 no ano que vem”. Ano que vem, claro, é 2013. “Será?”, reagiu o piloto. “Corre, já está tudo certo”. “Qual equipe?”, quis saber o interlocutor, repetindo a mesma pergunta que lhe fiz mentalmente. “Não posso dizer. Só sei que vão demorar pra anunciar, mas já está certo”.

Isso aconteceu em 17 de novembro, momentos antes de Wilson Fittipaldi Júnior - era o comentarista da vez - e eu abrirmos a transmissão de uma corrida do Brasileiro de Gran Turismo pela internet. O que tenho lido nos sites especializados é que Luiz Tadeu Razia Filho assinou hoje cedo seu contrato com a Marussia.

Parece que a água do Razia foi mesmo abençoada.

A temporada da Truck

CASCAVEL - Faltam exatos 39 dias para a abertura da 18ª temporada da Fórmula Truck. A corrida que devolve a categoria à pista de Tarumã vai marcar, no dia 10 de março, o início da disputa pelos dois títulos, dos campeonatos Brasileiro e Sul-Americano.

Téo José, que vai para seu 12º ano como narrador da categoria, esteve nesta semana na sede da Truck, em Santos, e falou um pouco sobre o que acha e o que não acha para os campeonatos que vêm aí. Está aí, em vídeo.

Quem faz a entrevista é o peixe (mas corintiano!) Vytor Zeidan, que a partir deste ano passa a atuar nas transmissões das corridas da Truck pela Rede Bandeirantes. Transmissões que assumem um novo formato, com mais espaço e mais informação.

Sucesso ao Vytão, claro, nessa nova fase da carreira.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Superbike 2013

CASCAVEL - E o Bruno Corano, piloto e organizador do Superbike Series Brasil, convidou as moças e rapazes das duas rodas para amanhã à noite no Espaço ABM, em São Paulo. Lá, além da premiação aos campeões e vices de todas as categorias dos campeonatos que formam o SBK Series, ele vai comandar a apresentação da temporada de 2013.

O SBK Series Brasil é, em termos práticos, a soma de dois campeonatos distintos. Um, em 2012, foi batizado Pirelli Mobil Superbike, com seis categorias. Outro foi o ELF Superbike, que integrou a programação dos eventos do Brasileiro de GT, organizados pela SRO Latin America. O campeão geral da última temporada foi Diego Faustino, aí ao lado pilotando a BMW da Spiga Racing.

Para quem vai ao evento de hoje, a chegada ao Espaço ABM é facilitada por esse mapinha aqui, publicado pelo Bruno em seu perfil no Facebook.

Genz na Stock

CASCAVEL - Quem sempre traz esse tipo de informação é o Nei Tessari, em seu blog, mas o coitado do Nei ainda está sofrendo com o jet lag da última viagem que fez, despendeu o dia buscando ajuda psicológica e não pitaqueou a respeito.

Enfim, segundo o que me contou um pássaro róseo, Vitor Genz estreia na Stock Car em 2013.

Genz, em 2012, conquistou o título da última temporada de existência do Mini Challenge e também defendeu o BMW Team Brasil no Brasileiro de Gran Turismo, pela categoria GT4. Ele vai competir pela equipe Gramacho Racing, cujo outro carro será pilotado pelo paulista Rodrigo Pimenta.

O Nei publicou hoje cedo no "Bobo da Corte" a lista dos pilotos já confirmados para 2013, ainda sem o nome do Vitor.

A Stock Car vai abrir sua 35ª temporada no dia 3 de março, em Interlagos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Instantâneos

CASCAVEL - Imagem das mais expressivas que já contemplei, que está pipocando nas redes sociais. Quem gosta um pouquinho que seja de corridas há de captar a essência. Obra de arte.

A obra é do fotógrafo argentino Fabio Vignolles. Foi feita em 2011 numa corrida do Turismo Carretera e faz sucesso pelo mundo desde então. Há há versões que a batizam como "Emoção sem limites" e como "A paixão sem limites".

domingo, 27 de janeiro de 2013

F-Uno em Cascavel

CASCAVEL - Resgataram via Facebook. Corrida de 20 anos atrás aqui em Cascavel, abrindo a temporada da Copa Onyx Jeans de Fórmula Uno com 36 carros na pista. Xandy, Waltinho, Toninho, Ingo, Leonel, Ângelo, Chico... A safra de pilotos ajudava, é claro.

A Rede Bandeirantes transmitia ao vivo, no "Show do Esporte". A narração era do Luiz Carlos Largo, hoje na ESPN - Pedro Muffato e o campeão da temporada anterior Flávio "Nonô" Figueiredo comentavam como convidados especiais. Largo, aos que não sabem, é aqui de Cascavel. Na reportagem, o Gelson Negrão.

Pista interessante, essa, desde sempre. Alguém aqui esteve nessa corrida?

ATUALIZANDO EM 28 DE JANEIRO, ÀS 11h08:

A corrida cascavelense da F-Uno marcou um momento histórico nas transmissões do gênero no Brasil. Foi a primeira vez em que uma categoria nacional contou com o recurso da câmera onboard ao vivo, segundo relata o Jorge Guirado, que é um dos sujeitos que fizeram a coisa acontecer nesse meio de televisionamento de grandes eventos. O que reporta o Jorge:

“On board caseiro, barato e funcional. Dois sinais simultâneos sem mesa apropriada. Boa lembrança para ver o quanto éramos bons e o quanto regredimos. Voltaremos a criar e evoluir pode estar certo disto. Em São Paulo o Angelo Giombelli falou ao vivo no meio da corrida, muito antes daquela gravada do Senna no plim – a do Senna foi gravada e GB disse que era ao vivo. Colocamos até telespectador falando com piloto da Truck ao vivo. Nosso time era espetacular e voltará a ser.”

Jorjão, desde há muito e até os dias de hoje, é o chefão da Master TV, empresa responsável pela geração de imagens de várias das categorias do automobilismo nacional que tem nova direção a partir de 2013 - o capitão operacional continua sendo o Jorge. Nem poderia ser outro.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Instantâneos

CASCAVEL - Largada à Le Mans nas 24 Horas de Interlagos, em 1970. Dá só uma olhada no naipe dos carros. Por que não nasci pelo menos uns 20 anos antes?

ATUALIZANDO EM 28 DE JANEIRO, ÀS 11h03:

Fui alertado pelo catedrático Paulo McCoy Lava, sempre gentil, de que a foto em questão remete às 24 Horas de Interlagos de 1966, e não a de 1970, como supus. Reproduzo as argumentações do McCoy, quase sempre irrefutáveis:

"A julgar pela fotos dos carros (DKWs, Gordinis, etc), penso que a imagem é de 1966 (edição '24 Horas SP disputada no dia 28/05/1966). Lembro ter visto imagem similar na revista Quatro Rodas do mês junho ou julho de 1966. Outra coisa: na 24 Horas SP de 1970, os carros 'modernos' formavam o grid: Opalas, Corceis, TLs e, claro... fuscas. Muitos Fuscas."

ATUALIZANDO DE NOVO EM 29 DE JANEIRO, ÀS 21h42:

Mesmo quem pede sem jeito é atendido, como não? O "Anônimo" dos comentários aí abaixo (sempre aparece o "Anônimo") confirma que a foto é de 1966, conforme nos havia alertado o McCoy. Ainda segundo o "Anônimo", a foto foi produzida por Rogério Brandão - alguém teria elementos para confirmar a informação? É difícil atestar o que alega o "Anônimo", afinal.

Aliás, amigo "Anônimo", onde está escrito ou dito que a foto é do McCoy?

Ademais, será o próprio Rogério, a quem não conheço, postando comentários grotescos, apócrifos e mentirosos? Sim, mentirosos. Ninguém furtou nada de ninguém, essa foto me foi enviada por e-mail em 2012. Mas a lei está aí, à disposição do "Anônimo", ou do Rogério, ou de quem quer que seja. Que cada um procure seus direitos. A postagem está aqui e não será removida.

E, se sempre defendi que os anônimos merecem ter voz, por que não lhe daria o espaço pedido, não é mesmo?

Gallo

CASCAVEL - Se existe mesmo um céu, um paraíso, um lugar bacana pra gente desopilar depois de passar por esse purgatório aqui, a farra já está rolando solta por lá com a chegada do João Carlos Gallo.

Parceiro dos bons, pessoa das melhores, humorista dos geniais. Gallo era assim. É assim. Espirituoso como poucos, devoto da vida que soube aproveitar com maestria, a seu modo.

Gallo deu-me a satisfação de integrar a equipe do “Telefone Pirata” na última versão, por lá fiquei o quanto a agenda das corridas me permitiu. Agenda de corridas que ele próprio experimentou nos anos 80 e 90, como repórter de pista de praticamente todas as categorias que tinham transmissão de tevê à época - numa dessas, extraiu alguns segundos do já célebre Ayrton Senna.

Qualquer um que tenha desfrutado da divertida convivência com ele terá episódios memoráveis a relatar, bons causos a contar. Que sejam contados e recontados. Abri esse post, aliás, com o propósito de relatar algum episódio desses, talvez aquele envolvendo o saldo de seu rápido papo com Senna. Desisti em poucas linhas. Não tenho esse dom de compartilhar alegria na tristeza.

O Gallo tinha. De sobra.

ATUALIZANDO EM 26 DE JANEIRO, ÀS 16h24:

Fui há pouco me despedir do amigo, um costume que as pessoas têm. Notei que, apesar da dor da perda, havia sorrisos cercando aquele corpo inerte. Sim. Mesmo tristes, as pessoas sorriam. Acho que é coisa para poucos, o Gallo conquistou isso.

Exposto sobre determinada bancada, um mosaico de fotos montado pelo próprio Gallo a tesoura e fita adesiva resumia sua vida bem melhor que qualquer livro que se ousasse escrever. Invariavelmente sorrindo, único jeito que parecia conhecer para viver, lá estava ele em várias eras, maioria dos casos de microfone à mão, ou no estúdio onde desde moleque virou disc-jóquei, e noutros com a esposa e os filhos, e também de chapéu fazendo pose de coronel a bordo de alguma aeronave, e com os colegas e amigos de trabalho, e entrevistando Senna e Piquet, e montado em um burrico, e em várias outras situações que traduziam com simplicidade uma vida de irreverência.

A dado momento, um rapaz interrompeu seu momento de contemplação de boas memórias e veio falar comigo. "Você é o Luciano?", perguntou. À resposta óbvia, reagiu: "Sou o filho do Gallo. Meu pai falava muito de você". Era o Alexandre, a quem eu não conhecia. Gallo me falou muito dele, também, voltou há três anos da Europa, onde morou por vários, para auxiliar no que fosse possível o pai que já apresentava sinais de que a saúde não estava lá tão boa.

E ouvi o simpático rapaz falar não só dos últimos dias de vida do pai, mas também do meu antigo fusquinha, das minhas paródias, das corridas que eu narrava e que ele, Gallo, acompanhava pela tevê. Parecia me conhecer bem pelos relatos que ouviu do pai. Sorri também. O Gallo me deu esse momento de alegria, mais um, mesmo depois de partir. Isso também é para poucos. Gallo era um cara privilegiado.

Hoje, pela última vez na vida, participei de um "Telefone Pirata". Edição especial que a Capital FM preparou em homenagem ao amigo que se vai. Vai ao ar daqui a pouco, às sete da noite, e quem está fora do alcance dos 102,7 pode acompanhar pelo site da emissora.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Fla-Flu beneficente

CASCAVEL - Camisas oficiais utilizadas por jogadores do Flamengo e do Fluminense. Estão com o Jorge Guirado, que prometeu há pouco, em seu perfil no Twitter, entregá-las a quem se dispuser a fazer doações ao Lar dos Bebês.

Aliás, o Jorjão vem dando expediente filantrópico no Twitter hoje. Vale acompanhar.

Para muitos, uma chance única. Quando rolar a do Corinthians o Jorjão já sabe a quem mandar a cobrança.

Na Sprint, 10 confirmados

CASCAVEL - O estafe do Thiago Marques arregaçou as mangas faz tempo para a segunda temporada da Sprint Race. Os carros estão passando por uma reconfiguração na oficina da categoria, anexa ao autódromo de Curitiba, em Pinhais, e virão para o campeonato de 2013 com entre 15 e 20 hp a mais de potência, além de algumas outras novidades.

Conversei há pouco com o Thiago a respeito. Dez pilotos já assinaram contratos com a organização da Sprint Race e estão confirmados no grid das oito rodadas duplas. Sem a menor cerimônia, digo quem são: Adeodatto Volpi Neto, Caito Vianna, Daniel Kaefer, Eduardo Serratto, Gustavo Trunci, João Braga, João Venturin, Marcelo Maiolli, Marcelo Rodriguez e Marco Garcia. A lista deverá ter mais quatro nomes na semana que vem.

A temporada de 2013 da Sprint Race vai manter o formato de duas provas por etapa. O calendário disponível no site da categoria indica os seguintes locais e datas: 16 de março – Curitiba; 13 de abril – Interlagos; 18 de maio – Londrina; 15 de junho – Curitiba; 13 de julho – Interlagos; 24 de agosto – Cascavel; 19 de outubro – Curitiba (essa, no anel externo); 14 de dezembro - Interlagos. Para essa última etapa, espera-se mudança da sede ou da data, já que está prevista para o fim de semana da etapa de encerramento da Stock Car. De qualquer forma, o calendário é provisório e uma versão definitiva deverá ser divulgada nas próximas semanas.

A etapa final da temporada de 2012 foi exibida na semana passada pelo Bandsports no programa "Sport Brazil" - que está reproduzido nesse link aqui, com minha narração.

Crash!

CASCAVEL - Acidente em corrida do último fim de semana no kartódromo de Goiânia. A imagem foi trazida ao Twitter pelo jornalista Amauri Garcia, da Rádio 730 AM.

"Acidente flagrado pelo amigo Weslei Damas no Kartódromo de Goiânia. Como disse ele, no final salvaram-se todos...", escreveu Garcia.

Esse negócio machuca, infelizmente. Já vi acidentes bem parecidos com o de Goiânia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Na íntegra: Copa Marshal, 8/10

CASCAVEL - Não vamos deixar que a temporada de 2013 comece sem que o blog traga todas as corridas de 2012 da Copa Marshal de Marcas & Pilotos.

Hoje vamos aqui com a oitava e antepenúltima etapa, disputada há meses lá em Interlagos. A transmissão, tal qual exibida pela TV Aberta e pela All TV em São Paulo, está no site da categoria, disponível nesse link aqui.

Com a minha narração, como sempre. A nona etapa deve pingar por aqui nos próximos dias. O campeonato de 2013, não custa lembrar, vai começar no dia 24 de fevereiro.

ASSISTA TAMBÉM:

Copa Marshal: primeira etapa

Copa Marshal: segunda etapa

Copa Marshal: terceira etapa

Copa Marshal: quarta etapa

Copa Marshal: quinta etapa

Copa Marshal: sexta etapa

Copa Marshal: sétima etapa

Fogacinha na Stock

CASCAVEL - Fábio Fogaça acaba de ter sua participação confirmada na Copa Caixa Stock Car em 2013. Aos 21 anos, ele será o companheiro de Allam Khodair na Vogel Motorsport.

Os últimos carimbos que faltavam para definir sua participação foram aplicados minutos atrás, segundo acaba de me confidenciar o Djalma Fogaça. "Fui campeão brasileiro duas vezes com o Mauro Vogel e, depois de 20 anos, o meu menino está lá, correndo com ele. É a realização de um sonho meu", emocionou-se o "Caipira Voador".

Fogacinha, que vai competir com apoio de Sata Ferramentas e Case, disputou o Brasileiro de Marcas em 2012. Foi o único a ganhar corrida com o Mitsubishi Lancer. Depois, estreou na Stock Car na última etapa de 2012, a Corrida do Milhão, pela equipe de Carlos Alves. Neste ano, claro, terá seu carro inscrito sob o número 72.

Mais um membro no 'clã'

CASCAVEL - Tudo indica que os Sperafico, maioria deles de Toledo, cidade a uns 40 km daqui, formam a família de pilotos mais numerosa do mundo. Talvez mereçam, ou já tenham merecido, uma aparição no Livro dos Recordes por isso.

Recorde ou não, fato é que a representatividade dos Sperafico no automobilismo está aumentando. Desta vez é o Natan Sperafico quem está se preparando para estrear, em 2013, no Metropolitano de Marcas & Pilotos daqui. Aos 19 anos, vai disputar também o Paranaense com o Ford Ka da equipe do Eduardo Ferrari, a Sérgio Ferrari Racing Team – mesmo carro e mesma equipe que levaram Daniel Kaefer aos títulos do ano passado.

Natan, no último fim de semana, cumpriu uma bateria de treinos de adaptação que o levou a 85 voltas pelo autódromo de Cascavel, a melhor delas cronometrada em 1min20s005, segundo o próprio Eduardo. Um começo digno de observação.

A saga dos Sperafico no automobilismo começou nos anos 70, com Elói, Dilso e Milton disputando provas de Divisão 3. Milton foi destaque da Fórmula Ford na década de 80 e conquistou o título da classe B no Sul-Americano de Fórmula 3 em 1993. Seu filho Guilherme é, atualmente, um dos destaques da Sprint Race.

Os gêmeos Ricardo e Rodrigo, filhos de Dilso, são os Sperafico que foram mais longe no automobilismo, chegando à Fórmula 3000 internacional depois de uma carreira bem costurada em categorias de base, quando existiam categorias de base por aqui. Rodrigo foi ao topo do pódio na F-3000, inclusive. Ricardo testou carros de F-1 e correu na finada Fórmula Mundial – Alexandre Sperafico, primo dos dois, também correu na extinta categoria da Cart. Nos últimos anos, os dois têm-se dedicado à Stock Car, por onde também passou seu outro primo Rafael, o gente-fina da foto aí ao lado, morto em um acidente na etapa final de 2007 em Interlagos.

Teve ainda Fabiano, irmão mais novo do Elói, que participou da Fórmula Truck entre 2004 e 2005 (e mandava bem na pilotagem daquele Fordão, o Djalma Fogaça há de concordar comigo). E, além de todos esses, outro primo, Arlei, que tomou um caminho diferente do restante da família e foi atuar em competições de motocross no Centro-Oeste brasileiro. Dilseu Sperafico, pai de Natan, destoou do envolvimento da família com o automobilismo e optou pela carreira política.

A foto aí de baixo tem quase 11 anos. Foi tirada pelo Sérgio Sanderson no kartódromo de Interlagos, num raro momento em que todos os pilotos da família estavam reunidos para acompanhar os gêmeos na inédita etapa brasileira da F-3000. A partir da esquerda, e eles foram posicionados atrás do carro por ordem crescente de idade, aparecem Guilherme, Rafael, Ricardo (o titular do carro), Rodrigo, Alexandre, Fabiano, Milton, Elói e Dilso.

O colega Luiz Aparecido, que acompanhou como jornalista toda a saga dos Sperafico no automobilismo, costumava defini-los como clã. Vou na onda. Que o clã não pare no Natan.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Pachenki, oito anos depois

CASCAVEL - A Fórmula Truck confirmou há pouco, via assessoria de imprensa – e a assessoria deles é um colosso!... –, a estreia de Diogo Pachenki na categoria. Piloto aqui de Cascavel, Diogo tem 29 anos e, de 2002 a 2012, esteve envolvido com as várias categorias da Stock Car, inclusive a principal.

Acompanho a carreira do Diogo desde o início, em 1993. Nas segundas-feiras pós corridas do Paranaense de Kart ou da Fórmula Pakalolo, os telefonemas do Jairo, pai dele, lá para a redação do jornal eram praticamente sagrados. “O Diogo ganhou ontem”, era como invariavelmente o JP abria a conversa, quase sem gaguejar. Em tempos pré-internet, era uma contribuição e tanto, com a qual eu podia contar mesmo nas etapas – parcas, é verdade – que Diogo não ganhava.

Um repórter de luxo, por assim dizer.

Foi uma carreira bem sucedida, a do Diogo. Colecionou títulos no kart e no automobilismo. Só o que demorou foi a estreia na Truck. Demorou exatamente oito anos. Explico.

Em 2004, Diogo teve uma campanha arrebatadora na Stock Car V8 Light. Disputou 17 das 18 corridas e ganhou oito. Foi campeão com certa sobra. Apresentado por amigos em comum a Aurélio Félix – quase certeza que foi o Orlei Silva quem fez esse meio-de-campo –, ouviu de Aurélio a proposta dos sonhos de qualquer piloto profissional. Vem correr pra mim na Truck, foi o que ouviu.

Um convite não tão irrecusável quanto parece. Diogo, repito, havia acabado de se tornar campeão da Stock Light pela PowerTech, equipe pertencente à empresa para a qual trabalhava desde a adolescência. Alexandre Abreu, o proprietário, viabilizara-lhe a temporada do título e preparava um carro para sua estreia na categoria principal da Stock Car, em 2005. Havia uma dívida de gratidão a ser quitada na pista.

Alexandre, conta hoje o Diogo, foi-lhe um pai no automobilismo. Trabalhou e torceu sempre para que as coisas dessem certo. “Eu não disse não ao Aurélio. Ele entendeu perfeitamente minha situação. Mas eu sabia que em outro momento, mais cedo ou mais tarde, daria certo a minha vinda para a Fórmula Truck”, falou-me, há pouco.

Hoje deu. Vai ser companheiro de equipe de Paulo Salustiano na ABF Racing Team, equipe que em 2012 conquistou os títulos do Brasileiro e do Sul-Americano com Leandro Totti. A dupla promete bastante.

SKB ao vivo

CASCAVEL - O Super Kart Brasil, visto por quem é do ramo como única iniciativa realmente viável no primeiro escalão do kart brasileiro, chega nesta semana à sua nona edição. Serão 28 corridas entre sábado e domingo no kartódromo de Interlagos, nas categorias Super Cadete, Júnior Menor, Thrustmaster Júnior, Graduados, Sénior, Super Sênior e KZ2 – logo, duas de cada categoria por dia.

Uma das novidades da edição desta semana fica por conta da transmissão ao vivo de todas as corridas pela internet, nos sites do Mundo Motor e da Rádio Digital Brasil. Coube ao Ricardo Fávaro, parceiro dos bons, operacionalizar a coisa toda, com parceria da AmericaNET. O comandante Sérgio Rodrigues - que semana passada ralou um bocado na produção técnica dos shows de Luc & Juli e Everton & Alex em São Paulo - também está no time da transmissão, que vai contemplar entrevistas e reportagens ao longo do fim de semana.

A programação do Super Kart Brasil 9 está nesse link aqui. Pena eu estar longe - vou poder ver pelo site, pelo menos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Chute: GT com 24 carros

CASCAVEL - Ontem citei aqui que não há qualquer indicativo de que o Brasileiro de GT vá acabar. Há quem ache que vá. Eu acho que segue forte em sua sétima temporada no país. A alegação de quem tem dúvida ou torce contra é a de que o grid minguado inviabilizaria uma temporada atrativa. De fato, já que o BMW Team Brasil está fora do campeonato. Quatro carros a menos na pista – no campeonato do ano passado a equipe teve duas unidades da Z4 na categoria GT3 e outras duas da M3 na classe GT4.

Mas, especulando aqui e ali, surgem pistas de que dois Lamborghini e um Corvette da categoria GT3 e dois Ginetta da categoria GT4 estão sendo trazidos de volta ao Brasil para reinclusão no grid.

Além disso, há sempre que se considerar o Aston Martin de Xandy Negrão e a Ferrari de Chico Longo, carros da GT3 que ano passado foram reservados à Top Series, competição que deixou de existir. Nenhum deles confirmou que volta ao Brasileiro de GT, mas há um grande número de passarinhos rondando suas séries.

Ninguém perguntou. Mas, se perguntarem, e como palpite não custa nada, o meu é de que a primeira etapa, marcada para dias 13 e 14 de abril em Interlagos, vá ter 24 carros.

O palpite de vocês é outro? Digam aí.

Os Porsche brasileiros

CASCAVEL - Em casa, enfim, o que é sempre bom, sobretudo depois de tantos dias longe, dando pitacos aqui e acolá.

E, consultando os e-mails, vejo que o Luiz Alberto Pandini acabou de distribuir à imprensa material revelando o layout dos carros com que a Dener Motorsport, equipe responsável por todos os carros do Porsche GT3 Cup Challenge Brasil, vai disputar entre sábado e domingo as 24 Horas de Daytona.

A pilotagem dos dois modelos 911 Cup da equipe será revezada nos treinos e na corrida, em mera ordem alfabética, por Clemente Lunardi, Constantino Júnior, Felipe Giaffone, Marcel Visconde, Nonô Figueiredo, Ricardo Maurício, Rubens Barrichello e Tony Kanaan.

O público brasileiro poderá acompanhar a corrida na cobertura do canal Fox Sports, ex-Speed Channel. Em horários daqui, os treinos de quinta-feira terão início às 16h15, já servindo para definição do grid. A largada, no sábado, será dada às 18h30.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

GT, sétima temporada

SÃO PAULO - Uma das perguntas que mais ouvi durante os três dias em que acompanhei o encerramento do Paulista de Automobilismo de 2012, no último fim de semana, não tinha nada a ver com as atrativas categorias que movimentaram Interlagos. “E a GT, sai ou não sai?”.

Honestamente, até então, isso não me era dúvida. Sem exagero, devo ter respondido umas 20 vezes, por minha conta e risco, que o Campeonato Brasileiro de Gran Turismo continua normalmente no calendário. Com tanta gente perguntando, resolvi tirar o telefone do gancho há pouco e conversei com a Dalila Vendrame, diretora da SRO Latin America, empresa que promove a competição. A minha chefe, enfim.

Enfim, tudo como dantes no quartel de Abrantes, expressão chula que usei na primeira vez que narrei uma corrida nacional de automobilismo, dez anos atrás, coisa que o Lito Cavalcanti nunca esqueceu. A SRO Latin America voltou à carga normal de trabalho no pós-férias ajeitando a casa e a papelada, preparando planilhas, seguindo com a negociação com patrocinadores e parceiros, andando devagar porque já teve pressa e levando esse sorriso mesmo sem ter chorado demais.

E continua-se trabalhando com o calendário de corridas divulgado em dezembro. A temporada de 2013 será a sétima do Brasileiro de GT.

Nossas modas

SÃO PAULO - O plano era simples. Ficar quietinho, fazer cara de paisagem e fingir que nada aconteceu.

Mas aí apareceu a Rita Queiroz, com seu celular, e gravou alguns flagras comprometedores do show que fizemos terça-feira passada no Adega Original, em São Paulo, no "Sertanejo rodada dupla" que também apresentou à galera paulistana o trabalho dos ótimos Everton & Alex.

Já que a Rita postou na rede, não há mais o que esconder. Arcaremos com as consequências. Enquanto isso, numa rima inesperada, vamos de "Evidências".

Com Luc & Juli.

Livres para voar

SÃO PAULO - Antes de receber a opinião dos dezenas de pilotos de motovelocidade que conheço, já deixo a minha: o que temos aqui é banditismo.

A matéria desse vídeo aqui foi mostrada pelo MGTV, da Globo mineira.

É mais um caso, o mostrado na reportagem, daqueles em que faço questão de diferenciar motociclistas de motoqueiros. Os que a matéria mostrou são motoqueiros. É mais um caso, sobretudo, que comprova ser o Brasil um país onde tudo que é errado é certo. Somos o país da impunidade. A única função real da lei é servir como material para advogados encontrarem brechas.

Deve ser prazeroso, isso no meu caso é mera suposição, pilotar uma moto dessas a 150, 200, 300 km/h. Vejo bastante isso nas corridas do Moto 1000 GP, organizadas pelo Gilson Scudeler, e do Superbike Series, pelo Bruno Corano, eventos que frequento com certa assiduidade. Eventos que proporcionam ambiente e condições aos pilotos para extravasarem. É isso que piloto de moto faz, afinal. Mais que dar show e mostrar que é bom e que o esporte é bom o bastante para fazer quem está fora da pista roer as unhas, pilotos usam suas máquinas e sua habilidade para extravasar em treinos e corridas. Todo mundo precisa extravasar, afinal. E quando algo sai errado num treino ou numa corrida, lá está toda uma equipe de profissionais e um aparato de segurança para minimizar consequências. Que em alguns poucos casos acabam sendo trágicas. Velocidade implica risco, desde sempre.

Nas vias públicas é diferente. E não se trata, aqui, de preocupação com as fuças dos motoqueiros. Se querem arriscar suas vidas em nome do prazer, o problema deveria ser inteiramente deles, aliás, sem que blogueiros do interior do Paraná se metessem com isso. Não é o caso. Arriscando suas vidas, arriscam também a de todo mundo que usa as mesmas vias públicas convertidas por eles em pistas de corrida.

Antes que apareça o tosco argumento "corrida é só para ricos", não são as corridas e clínicas de pilotagem em autódromos as únicas opções para o exercício sadio da paixão pelo mundo sobre duas rodas. Enquanto motoqueiros fazem baderna nas ruas e nas rodovias, motociclistas organizam-se pelo Brasil inteiro em eventos bem organizados, encontros que atraem apaixonados de todos os cantos do país - alguém já disse que são quatro, os cantos -, sempre recheados de bons atrativos, bem organizados e pautados no que permitem as regras de boa conduta, que nada têm a ver com a escrotidão proposta pela deputada estadual carioca Myrian Rios. Cascavel, onde vivo, foi referência por alguns anos com o "On The Road", organizado por um grupo liderado pelo Augusto Bittencourt. Quem é do ramo diz que jamais houve nada igual. Quanto à baderna nas vias públicas, somo não se fiscaliza e não se pune, vai continuar tudo como está. Em Minas, onde não há pistas de corridas, e no país todo.