sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Especial: Copa Montana em momento delicado

Num passado não muito distante, a Stock Car Light reunia no grid mais de 30 carros, tinha transmissões ao vivo em TV aberta, uma safra de excelentes pilotos e equipes de ponta. Atualmente, a realidade é outra. Com menos de 15 carros na disputa e com poucas corridas transmitidas pela televisão, a categoria de acesso à Stock Car, hoje denominada Copa Montana, passa por um momento delicado.

A perda do patrocínio principal da marca de refrigerantes Dolly e a migração de alguns times para a Copa Petrobras de Marcas enfraqueceu o campeonato, que atualmente tem na liderança o paulista Norberto Gresse – campeão da Stock Car Light em 2007.

O caso de Gresse é similar ao de Rafael Daniel e Diogo Pachenki, que também chegaram ao título da categoria de acesso, mas não ganharam uma boa chance na Stock Car e continuam disputando as corridas preliminares. Quando entraram na Light, todos tinham apenas um objetivo: ganhar experiência para ascender à Copa Nextel, atual Copa Caixa.

Mas a chance numa equipe de ponta não apareceu e os sonhos foram ficando pelo caminho. Com isso, a categoria não conseguiu se firmar como uma “escola”, um caminho para a divisão principal. São raras as exceções, como as de Denis Navarro, Júlio Campos e Galid Osman, que passaram pela Copa Montana e hoje estão fazendo uma boa temporada na Stock Car.

A Vicar, promotora dos campeonatos, ainda não confirmou a continuidade da categoria de acesso em 2013. Na “rádio box”, alguns chefes de equipe já decretam o fim da Copa Montana. Enquanto isso, o público ainda pode acompanhar as corridas, sempre recheadas de emoção.

Na última etapa, disputada no Rio de Janeiro, João Pretto partiu do 14º lugar e venceu. Para isso, livrou-se de vários acidentes e contou com a punição aplicada a Rafael Daniel, que havia cruzado a linha de chegada em primeiro.

Mesmo nesse período complicado, a categoria ainda revela bons nomes, como Marco Cozzi, Rodrigo Pimenta e Leandro Romera, que já trazem uma boa experiência do automobilismo regional. Tito Morestoni, Fernando Fortes e Beto Cavaleiro, que também tentam adquirir experiência para se firmar no cenário nacional, já confirmaram presença na etapa de Cascavel.

SANGUE NOVO
Mais jovem piloto do grid, Marcello Cesquim, de 21 anos, começou sua carreira nas pistas de terra e almeja chegar à Copa Caixa Stock Car já em 2013. Há cinco anos no automobilismo, o paranaense ocupa a décima posição na Copa Montana, mesmo depois de dois abandonos por quebras.

No início da carreira, ele teve de vencer a “resistência familiar” para sentar num carro de corrida. “Ninguém queria que eu me tornasse piloto. Mas eu insisti e quando eles assistiram à minha primeira vitória mudaram de ideia e passaram a me apoiar”, lembra.

Na estreia nas pistas de terra, foi campeão paranaense de Hot Dodge, aos 16 anos. Em 2007, ficou com o título paranaense e o vice-campeonato brasileiro de Stock Car na Terra. Em 2008, começou sua adaptação às pistas de asfalto, treinando com carros de tração traseira. Disputou a etapa de Curitiba da Pick-up Racing, em 2009, conquistando o sexto lugar.

Para a estreia em Cascavel, Cesquim fez uma preparação especial. “Treinei de kart para manter os reflexos em dia. Afinal, ficamos quase dois meses sem corrida”, conta. Apesar de ser paranaense, ele não conhece o traçado do Autódromo Zilmar Beux. “Sempre ouvi falar do ‘Bacião’ e não vejo a hora de experimentá-lo. Gosto de traçados desafiadores”, finaliza.


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