sábado, 9 de junho de 2012

Eu em casa

CASCAVEL - A semana foi tão corrida que não tive tempo para tocar no assunto, embora a ele nada tenha a acrescentar. Há um fato, e esse merece todo registro, por mais que seja neste blog macambúzio: a Fórmula Truck, enfim, voltou a Cascavel.

A última corrida pelas bandas de cá, a da foto aí abaixo, tem mais de cinco anos. Aconteceu no dia 11 de março de 2007, data que lembro bem sem necessidade de qualquer consulta, e o Geraldo Piquet foi quem a venceu, dando início a uma sina curiosa - a de saírem do calendário da categoria as etapas nas pistas onde o filho de Nelson Piquet comemorou vitórias. Nada mais que coincidência, claro, ele próprio trata o assunto na maior descontração, mas foi assim com Cascavel, com Tarumã, com Fortaleza, com Buenos Aires. Brasília e Rio de Janeiro, duas pistas que levam o nome de seu pai, escaparam ilesas à sina. Bobagem, enfim.

Neusa Navarro, que dá as cartas na categoria, saiu de Goiânia depois do evento do último fim de semana e aportou em Cascavel. Na terça cedo esteve com o prefeito Edgar Bueno no canteiro de obras do autódromo, o mesmo que Edgar me havia detalhado quase um mês antes. Antes até de dar um oi aos inúmeros presentes, talvez seja exagero quantificá-los em mais de uma centena, mas quase isso, percorreu de caminhonete, com Edgar, todas as áreas do autódromo onde o batalhão de operários da prefeitura trabalha em ritmo frenético, ainda não diuturno, pelo fim da reforma em tempo hábil. A data reservada para a etapa de Cascavel no calendário truckístico é 5 de agosto, exatos dois meses depois da passagem de Neusa por aqui.

Por mais cordial e descontraído que fosse o clima na visita da dona da Truck, poucos disfarçavam a tensão. Compreensível. Faltavam exatos dois meses para a corrida e nem asfalto o autódromo tem. Edgar foi preciso no que disse a Neusa durante o passeio pelo canteiro de obras naquela manhã gelada. A ponto de fazê-la quebrar o gelo na salinha do Automóvel Clube, no pé da antiga torre - única coisa que sobrou em pé do que se tinha do autódromo cascavelense até poucos meses atrás -, quando confirmou ao estilo doce que lhe é peculiar: a corrida vai ser aqui.

Edgar soltou o sorriso, sob o aplauso de quase todo mundo que lá estava, enquanto abraçava Neusa - foi na fração de segundo seguinte a essa foto aqui; também há a foto do abraço, mas ficou tremida e fora de foco, deixemo-la fora.

Encerrado o ato, que arrisco a definir como informal, Edgar, Neusa e o ex-piloto Roberto Cirino, coordenador operacional da Fórmula Truck, estiveram no Kartódromo Delci Damian, onde deverá acontecer em breve alguma ação do projeto social Truck Kids.

Neusa foi pra casa, e Edgar pra seu gabinete, ciente da seriedade do compromisso que assumiu. A seu favor, um handicap curioso lembrado por Neusa Navarro logo depois de confirmar que teríamos sua festa com caminhões pelas bandas de cá: em 2001, faltando 21 dias para a corrida que marcaria a inauguração do autódromo de Campo Grande, não havia nada pronto. Deu tempo.

Dará tempo aqui, também. Boxes e pista estarão prontos para a Truck. A nova torre de controle, já é sabido, não, mas Edgar já providenciou a montagem de uma estrutura provisória viável para tudo a que uma torre serve. A antiga, agora deslocada da área dos boxes, vai continuar ali, preservando a história sob vários aspectos - alguém me soprou que vai virar uma espécie de museu do automobilismo de Cascavel.

Aí abaixo, duas fotos do dia da visita da Neusa. Na primeira, e a quem quiser vê-la ampliada basta clicar, a demarcação de onde serão construídos os novos boxes do autódromo. Na segunda, Edgar, Neusa, Roberto e Juraci Massoni, um quase presidente vitalício do Automóvel Clube, que me cumprimentou com um comentário no mínimo pitoresco: "Você vai voltar a trabalhar em casa".










Acertou na veia, o Jura. Vou voltar a trabalhar em casa. É o que tenho a comemorar, fechado em meu mundinho miúdo. Cascavel e seu automobilismo fazem uma festa bem mais eufórica. Ponto - e votos - para Edgar Bueno, o cara que mudou e salvou esse esporte aqui na cidade onde moro.

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